China prevê forte crescimento da demanda industrial de milho
04/09/06 10:44:14



Pequim, 01 - O consumo de milho deve crescer substancialmente na China nos próximos anos. É o que projeta o Centro Nacional de Informação sobre Grãos e Óleos (CNIGO), de olho no apetite do setor industrial. A indústria chinesa deve encerrar 2006 com uma capacidade de processamento de 70 milhões de toneladas, 40% a mais do que no fim do ano passado. Em 2007, o número deve saltar para 85 milhões de toneladas.

Já a produção da commodity deve fechar a safra 2006/07 em 142 milhões de toneladas, pouco acima das 139,4 milhões colhidas na safra 2005/06. Grande parte desse volume, contudo, é destinado à alimentação animal. O que sobra é insuficiente para atender ao emergente segmento voltado para a produção de etanol e outros produtos químicos, afirmam analistas.

Por isso, os chineses devem registrar um firme crescimento da área plantada com o grão nos próximos anos. Na safra 2006/07, o cultivo expandiu-se 2,1%, para 26,9 milhões de hectares. No entanto, o avanço pode não ser suficiente para evitar a importação de grandes volumes, tão logo as novas plantas processadoras entrem em ação.

O consumo da indústria foi estimado em 26,5 milhões de toneladas no ciclo 2005/06, que termina em setembro. No período seguinte, esse número deve saltar para 30 milhões de toneladas. Os dados sugerem que a indústria já opera no limite da oferta de matéria-prima.

Como resultado, "a China pode ter de importar milho já no ano que vem se quiser atender a essa nova demanda", afirma Li Honglei, analista da Nanhua Futures Co. Até aqui, o país que mais cresce no mundo era um exportador líquido de milho. Entre janeiro e julho deste ano, os embarques caíram 62,6% em relação ao mesmo período de 2005, totalizando o modesto volume de 2,26 milhões de toneladas.

Muitas processadoras já enfrentam falta de milho, afirma Wang Shiliang, um trader da Jilin Grains Center. "A indústria em Jilin vai precisar comprar toda a safra da província até 2010 se quiser continuar crescendo no ritmo atual", afirma Wang. Jilin é a principal região produtora de milho da China, com uma safra anual superior a 18 milhões de toneladas. No passado, quase metade da produção era vendida para fora da província.

Há uma série de novos projetos industriais para o milho na China. A China National Cereals, Oils & Foodstuffs Corp (COFCO), por exemplo, anunciou que planeja construir duas novas plantas na região produtora de Heilongjiang. Com um investimento estimado em US$ 223 milhões, as novas fábricas poderão processar 1,6 milhão de toneladas ao ano para a produção de etanol e produtos bioquímicos.

A Jiliang Group, outra importante trading chinesa, já começou a construção de uma estrutura na província de Jilin, com capacidade de processar até 1 milhão de toneladas/ano para a produção de etanol e amido, entre outros produtos. As informações são da Dow Jones.

Fonte: Estadão, 1º de setembro

 

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