Agricultores do NE lutam para conseguir milho subsidiado pela Conab
18/09/2012 08:40:09



Milho não chega ao Ceará e os animais estão morrendo de fome. Na Paraíba, criadores esperam até três meses para receber o grão.

Do Globo Rural

Eram 100, agora são 80 e daqui para o final do ano, Francisco Casimiro, criador de gado do município de Forquilha, região norte do Ceará, não sabe como vai ser. Os bichos perdem peso a cada dia, sem ter o que comer.

Pela terceira vez, Francisco viajou para Sobral, município onde está a sede da Conab, em busca de milho para o rebanho. Gastou com passagem, chegou cedo, mas a resposta é mesma: não há milho.

O gerente do galpão da Conab, Paulo Lourenço, afirma que não existe previsão para chegar uma nova carga para Sobral e municípios vizinhos.

Sem o milho da Conab, muitos criadores que não têm outro recurso, estão recorrendo a vegetação da beira da estrada. O mato seco serve de alimento para muitos rebanhos.

Na sede da Conab, no município de Sousa, no sertão da Paraíba, a fila era dos produtores que estavam agendados para receber o milho comprado do governo por um preço mais baixo. Muitos deles fizeram o agendamento há quase três meses. É o caso do criador de gado João Dionísio.

Depois de tanta espera, ele finalmente ia retirar as primeiras sacas do grão, mas ao chegar, o aviso na parede informava que a cota mínima de 30 sacas por produtor foi reduziada pela metade.

A situação está difícil também para os criadores de aves. Um grupo vai ter que comprar o grão a preço de mercado. Sem pasto, o único alimento que Raimundo Oliveira tem para oferecer ao rebanho é o milho triturado com a torta de algodão, mas pelas contas dele, essa ração só será suficiente para alimentar o rebanho por 15 dias.

Em Brasília, o superintendente de armazenagem da Conab, Rafael Bueno, reconheceu o problema e garante que a solução virá em curto espaço de tempo.

"O grão continua sendo removido, embarcado diariamente e chegando às localidades. Para melhorar a situação, a Conab mudou a metodologia de cálculo para contratação dos fretes, tivemos uma licitação e todos os lotes ofertados foram arrematados".

A previsão é que o transporte das cargas de milho leiloadas comece em duas semanas.

Fonte: G1, 17 de setembro

 

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