Produção de milho em 2013: e se São Pedro não colaborar?
24/09/2012 13:30:17



Campinas - Recorde absoluto na história do setor, a produção brasileira de milho na corrente safra aumentou mais de 25% em relação ao ano anterior e nada menos do que 106% em relação ao que se produziu 10 anos atrás, na safra de 2001/2002.

Porém, o que pouco ou nada tem sido lembrado, é que esse excepcional resultado se deve, sobretudo, aos céus. Literalmente. Pois, na presente safra, as chuvas (exceto em alguns pontos específicos, como em parte do Rio Grande do Sul) vieram em quantidade e no momento certos, garantindo não só a safra principal, como também o plantio da safrinha na época adequada. Esta última por sua vez, não foi afetada pelos efeitos sempre perversos das geadas, o que, somado ao aumento de área cultivada, propiciou colheita 72% superior à da safra passada.

Também pouco se tem mencionado que os bons resultados são devidos apenas e exclusivamente à safrinha, já que a safra principal recuou cerca de 2%. Com isso, igualmente pela primeira vez, a safrinha foi responsável por mais da metade (53%) de toda produção brasileira de milho.

Sob esse aspecto, aliás, é melhor não contar mais com o aumento da safra principal, pois nos últimos quatro anos ela se mantém estável em torno dos 33-34 milhões de toneladas. Não só isso: apenas repete o que já se produziu quase uma década atrás (34,6 milhões/t em 2003). E se houve estabilidade, é porque aumentou a produtividade (+47%), não a área cultivada (-20%).

O que se quer dizer, enfim, é que cada vez mais o milho brasileiro fica na dependência da safrinha – que sempre será uma safra de risco, pois atrelada às condições e desempenho da safra principal e, em várias regiões do País, sujeita a variações climáticas típicas do outono/inverno.

Neste instante já se visualiza algum retardo no plantio da safra principal (e não só a de milho) devido ao atraso das chuvas – e o processo, infelizmente, é todo encadeado. Neste ano, mesmo exportando-se 16 milhões de toneladas de milho (72% a mais que no ano passado), o estoque de passagem continuará sendo recorde, devendo superar os 12,5 milhões de toneladas. Mas é um estoque para, no máximo, três meses de consumo, já que a Conab prevê, para 2013, consumo anual de 50,6 milhões de toneladas.

E se São Pedro não ajudar e a próxima colheita só começar três meses depois do que tem sido habitual?

Avisite

Fonte: Agrolink, 24 de setembro

 

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