Exportação absorve mais da metade da safrinha brasileira de milho
13/12/2012 13:27:50



Pois bem: nessa expansão, o incremento da safra principal, em 20 anos, não deve ir muito além dos 11% ou pouco mais de meio por cento ao ano

DA AVISITE

Para 2013 a CONAB prevê, por ora, uma safrinha de 37,4 milhões de toneladas (queda de 4,22%) e vendas externas de 15 milhões de toneladas (queda de 26,8%). Mas como o milho transformou-se em commodity de liquidez imediata, um recuo desse naipe é improvável. Assim, mantido o mesmo volume de 2012, as exportações absorverão cerca de 55% da safrinha. E a tendência é de crescimento contínuo dessa participação.

Até aí nada demais não fosse o fato de toda a evolução da produção brasileira de milho estar baseada quase exclusivamente na produção da segunda safra. Para comprovar, tome-se como base, de um lado, o volume total alcançado em 1994 (33,174 milhões/t) e, de outro lado, o que está sendo previsto para 2013 (71,936 milhões/t). Os dois volumes resultam, no espaço de duas décadas, em um aumento de 116,8% na produção brasileira de milho. Ou em uma expansão média de pouco mais de 4% ao ano.

Pois bem: nessa expansão, o incremento da safra principal, em 20 anos, não deve ir muito além dos 11% ou pouco mais de meio por cento ao ano. Pois enquanto em 1994 foram colhidas, na safra principal, 30,924 milhões/t de milho, a previsão para 2013 não vai além de 34,475 milhões/t (nesses 20 anos, a maior colheita ocorreu em 2008 – 39,9 milhões/t; de lá para cá o volume se estabilizou em torno dos 33-34 milhões/t).

Em outras palavras, a expansão real da produção brasileira de milho vem da safrinha, que em duas décadas aumentou mais de 1.500%, expandindo-se a uma média superior a 16% ao ano, a maior parcela desse crescimento concentrada nos últimos anos (só neste ano, a safrinha aumentou 74% em relação a 2011).

Naturalmente, após expansões tão significativas, a safrinha também chegará a um ponto de estabilização. E isso aliado ao risco embutido em toda segunda safra de milho deixa uma interrogação quanto ao abastecimento do grão.

Um fato é certo: agora que o Brasil está sendo reconhecido também como grande exportador de milho (em 2012 deve exportar o equivalente a 53% das exportações dos EUA que, por sua vez, exportam apenas o equivalente a uma safrinha brasileira), o processo não tem retorno. E com as exportações absorvendo a nossa safrinha e sem que haja aumento da safra principal, como fica o abastecimento interno?

Fonte: Midia News, 11 de dezembro

 

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