Safra do milho cresce 10% e alivia agroindústria catarinense
09/04/2013 10:16:27



Máquinas nas lavouras, caminhões cheios e uma estimativa de aumento de 10% na produção nacional de grãos e também na lavoura de milho de SC

O efeito deste cenário é que o preço do cereal baixou, o custo de produção diminuiu e o equilíbrio voltou a reinar na agroindústria. Um cenário diferente do vivido em 2012, quando a crise no abastecimento de milho trouxe prejuízo para o setor e aumento de preços para o consumidor.

O preço da saca de 60 quilos pago ao produtor, que chegou a R$ 29,86 em dezembro, caiu para R$ 25 (confira na arte). Com isso, o custo de produção dos suínos baixou de R$ 3,20 o quilo para R$ 2,10, redução de 35%. Como o preço base do suíno está em R$ 2,70 o quilo, os suinocultores voltaram a ter lucro.

Isso sem tirar o ganho dos agricultores, que também estão satisfeitos com a boa safra. Pedro Giuriatti, de Chapecó, colheu apenas 70 sacas por hectare no ano passado, em virtude da estiagem. Agora, ele vai colher cerca de 170 sacas por hectare. Com o dinheiro, pretende pagar algumas dívidas de investimento na produção de leite e investir na próxima lavoura.

O vizinho dele, Aquilino Sedovski, vai aumentar a produtividade de 100 para 160 sacas por hectare, um incremento de 60%. Mas o ganho maior será no serviço de colheita que ele presta para outros agricultores.

– Ano passado eu ganhava R$ 200 por hora e, neste ano, estou ganhando R$ 400 – comparou.

Preço do cereal voltou para patamares aceitáveis

O presidente da Cooperativa Agroindustrial Alfa (Cooperalva), Romeu Bet, prevê um bom ano para o agronegócio pois voltou a haver um equilíbrio no preço do milho, que remunera o produtor de grãos, e não é tão alto para os criadores.

O presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri, disse que a previsão de aumento na produção no Brasil, EUA e China contribuiu para os preços voltarem a patamares aceitáveis.

Santa Catarina sofre com falta de estruturas

As lideranças catarinenses do agronegócio reclamaram que, no ano passado, o governo federal fez pouco para contornar a crise do insumo. Houve promessa de transportar milho para o Sul mas faltou caminhão. Até o Exército foi cogitado mas não tinha como fazer o transporte.

As agroindústrias pediram um subsídio de R$ 5 por saca para buscar o milho no Centro-Oeste, mas não foram atendidas. O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, diz que SC recebeu apenas 132 mil toneladas do grão ofertado aos pequenos produtores, quando a necessidade era superior a 300 mil toneladas.

Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o déficit de milho em SC em 2012 foi de 2,6 milhões de toneladas. Para piorar, parte da produção sai de SC logo após a colheita, pois faltam armazéns para estocagem.

– Temos espaço para apenas 40% da safra de milho – afirmou o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de SC (Ocesc), e diretor da Aurora Alimentos, Marcos Zordan.

Governo federal promete oferta de milho e silos

O presidente da Ocesc estima que cerca de 1 milhão de toneladas saem das divisas catarinenses e, depois, têm que ser trazidas de outras regiões e até do Paraguai. Por isso as lideranças pedem urgência na construção de ferrovias prometidas.

O ex-ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, anunciou no início de março que o governo federal deve ofertar milho para pequenos criadores. Outra medida é a construção de silos para armazenar milho em SC.

A forma com que o ministério pretende implantar o silo não é unanimidade no Estado. O presidente da Ocesc, Marcos Zordan, teme que haja um desperdício de dinheiro em uma obra com pouca eficiência.

– Pode haver problema de estragar produto, falta de manutenção, demora pela burocracia – argumentou.

A entidade sugere um financiamento para que as cooperativas construam armazéns no Estado.

Fonte: ExpressoMT, 8 de abril

 

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