Leilão de compra de milho para o Nordeste fracassa
19/04/2013 10:50:44



Brasília (AE) - O leilão inédito da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para compra de 103 mil toneladas de milho a granel, que devem ser entregues pelos vendedores nos portos do Nordeste, para atender criadores dos municípios atingidos pela seca, terminou ontem sem negociar nenhum dos quatro lotes ofertados.

O leilão para entrega nos portos foi uma alternativa encontrada pelo Conselho Interministerial de Estoques Públicos de Alimentos (Ciep) para acelerar a remoção do milho, que até então vinha sendo feita apenas por meio de leilões de compra do produto já ensacado pelos vendedores com compromisso de entrega em postos de distribuição definidos pela Conab. O leilão previa entrega do milho nos portos de destinos entre 2 a 14 de maio. No remate da próxima semana, as entregas serão realizadas até o fim de junho.

O primeiro lote do leilão é de 20 mil toneladas para entrega no terminal portuário de Cotegipe (BA) entre 27 de maio a 3 de junho. O segundo lote é de 30 mil toneladas destinadas aos portos do Ceará, que devem ser entregues entre 27 de maio a 3 de junho.

O terceiro lote é de 28 mil toneladas, das quais 16 mil toneladas devem ser entregues no porto de Cabedelo (PB) entre 27 de maio e 3 de junho, e outras 12 mil toneladas no porto de Natal (RN), entre 5 a 11 de junho. O quarto lote é de 25 mil toneladas, com entrega prevista entre 27 de maio a 8 de junho em Recife (PE).

Segundo fontes do setor, o valor do frete para transporte do milho da região Sul para a região Nordeste não seria impedimento, pois o cereal comprado a R$ 26/saca no mercado paranaense poderia ser desembarcado em Salvador a R$ 38/saca. O problema é a logística nos portos, principalmente em Paranaguá, onde o escoamento da soja está próximo de atingir o pico desta safra.

Como os lotes são enormes, somente grandes empresas teriam condições de assumir uma operação desta envergadura e bancar um valor de caução tão alto. As fontes não descartam a possibilidade de entrega de milho originado nos portos argentinos, onde ainda não existem problemas de congestionamento de cargas.

No caso do milho para entrega nos armazéns instalados em terminais portuários da Região Nordeste, o cereal será doado aos governos estaduais, que serão responsáveis pelo ensacamento e remoção para os municípios atingidos pela seca, para venda por R$ 18,12/saca em lotes de até 3 toneladas e R$ 21/saca de 3 a 6 toneladas.

No leilão

O governo publicou ontem o edital de mais um leilão para compra de milho ensacado com compromisso de entrega nos postos de distribuição na região Nordeste indicados pela Conab. O leilão prevê a compra de 16,2 mil toneladas, das quais 4 mil toneladas serão entregue em Imperatriz (MA) e as 12,2 mil toneladas restantes na região de Minas Gerais que faz parte da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O maior volume irá para Montes Claros (5 mil toneladas). O aviso prevê que 30% dos lotes deverão ser entregues entre 20 e 30 de maio. Outros 30% entre 31 de maio e 10 de junho. Os 40% restantes entre 11 e 22 de junho.

Fonte: Tribuna do Norte, 18 de abril

 

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