Milho tem pior preço
09/07/2013 08:23:03



Segundo o boletim divulgado pelo Imea, o preço do milho apresentou queda na primeira semana de julho e preocupa produtores

JONAS JOZINO

Da Editoria/Com assessoria

O milho plantado em Mato Grosso apresentou na primeira semana de julho um dos piores patamares de preço desde setembro de 2010, quando começou a ter cotações semanais. É que o aponta um boletim divulgado ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em compensação a comercialização do algodão conseguiu manter preços firmes entre R$ 60,00 e R$ 70,00 a arroba, o que segundo o Imea significa uma tendência de alta com o aumento acumulado de 2% na pluma disponível. O mercado continua a espera de um aumento mais significativo.

Segundo o boletim divulgado pelo Imea sobre a primeira semana de comercialização de grãos em Mato Grosso, o preço do milho deixa os produtores preocupados. A planilha mostra que o grão estão sendo cotado na cidade de Lucas do Rio Verde a R$ 10,17 a saca. A colheita no município atinge 35%. Tangará da Serra está com um preço um pouco melhor: R$ 11,00/sc em Tangará da Serra e em Sapezal a venda esta a R$ 10,50/sc.

“As quedas nos preços internacionais e a colheita no país estão servindo para pressionar os preços domésticos do cereal ainda mais”, destacou o instituto no boletim apresentado ontem.

O Imea justifica a queda dos preços do milho em Mato Grosso ao falto de os Estados Unidos espera colher uma supersafra. Segundo o instituto, os novos números de área de milho norte-americano para a safra 2013/14 foram aumentados no último relatório divulgado, para 39,4 milhões de hectares, apresentando ligeiro aumento de 100 mil hectares ante a safra passada. Produtores esperam colher 36,07 milhões de hectares de grãos neste ano, o que representa um incremento de 2% em relação a 2012. “Fato este que tem pressionado as cotações do milho na Bolsa de Chicago, perante expectativa da grande colheita nesta temporada, que começará em setembro”.

O que pode servir de alento ao produtor mato-grossense é que a supersafra norte-americana corre o risco de ter uma quebra muito grande, uma vez que grande parte da semeadura foi realizada apressadamente em um espaço de tempo bastante curto, devido aos altos índices pluviométricos. Assim, caso haja qualquer problema climático no estádio de polinização, a produtividade de 163,67 sc/ha poderá ser reduzida”.

Apesar do risco, a projeção de farta safra 2013/14 do milho norte-americano não é nada confortante para o mercado brasileiro do cereal, que conforme o Imea, já sentiu os impactos negativos em suas cotações. Este fato se agrava ainda mais em virtude da supersegunda safra brasileira esperada para este ano, que já apresenta 24% colhidos em Mato Grosso, maior produtor do país.

Algodão – Se o produtor de milho teme lucros menores devido a supersafra norte- americana, o mesmo não acontece com o produtor de algodão, que começa a guardar a safra esperando por aumentos significativos nas próximas semanas. Segundo o Imea, a arroba da pluma está sendo negociada entre R$ 60,00 e R$ 70,00, o que representa um aumento acumulado de 2% nesta primeira semana de julho. O mercado continua à espera do aumento da área colhida de algodão para que se tenha maior comercialização.

O Imea em seu boletim faz uma projeção para o mercado futuro onde aponta que as cotações do contrato do algodão com vencimento em outubro de 2013 fecharam em alta no mercado internacional. Após queda de 5,4% na última semana de junho, a venda reagiu e permaneceu estádio. “O motivo aparente da elevação semanal é que, para o vencimento de outubro de 2013, o volume de saída de especuladores é menor, e há permanência de produtores que irão cumprir o contrato com a entrega do algodão em pluma. Já os contratos com vencimento em dezembro/13 e março/14 fecharam em queda de ?US$ 0,81/lp e ?US$ 1,20/lp”, aponta o instituto.

Crescimento doméstico – O Imea aponta ainda que entre agosto e novembro a indústria têxtil brasileira começa a acelerar visando à coleção primavera-verão, que historicamente proporciona ganhos ao mercado da moda.

E a previsão é de crescimento segundo aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, que mostra que a indústria nacional recuperou o fôlego nos primeiros meses de 2013, notadamente entre fevereiro e março quando foram comercializados grandes volumes de algodão.

Conforme expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a indústria deve consumir 22 mil toneladas a mais este ano, totalizando 887 mil toneladas consumidas. Um dos fatores que devem favorecer a indústria têxtil e de vestuário no Brasil é a desvalorização cambial.

Fonte: Diário de Cuiabá, 9 de julho

 

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