Milho bate mais um recorde em Chicago
19/6/2008 10:35:24



Os danos provocados pelas fortes chuvas que caem sobre Iowa, que afetam tanto a produção quanto a infra-estrutura de escoamento do principal Estado graneleiro americano, voltaram a impulsionar as cotações do milho ontem na bolsa de Chicago.

Com a nova alta - de 3,75 centavos de dólar (0,5%), para US$ 7,6025 por bushel -, os contratos de segunda posição de entrega (posição atualmente ocupada pelos papéis para entrega em setembro) passara a acumular valorizações de 24,12% em junho, 62,88% em 2008, 79,30% em 12 meses e 207,79% em dois anos, segundo cálculos do Valor Data. O salto de ontem foi o 11º consecutivo. Nos últimos seis, novas máximas históricas foram estabelecidas.

Em Iowa, que normalmente lidera a produção americana de milho, informa o "Financial Times" com base em levantamento do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), apenas 49% das lavouras plantadas neste ciclo 2008/09, que está em desenvolvimento, estão em boas ou excelentes condições, ante 78% nesta mesma época do ano passado, quanto se desenvolvia a safra 2007/08.

Na média nacional, 57% das lavouras estavam boas ou excelentes na semana encerrada em 15 de junho, abaixo dos 60% da semana anterior e dos 70% de 2007.

E há problemas em outros Estados, como Illinois, onde a produtividade já foi bastante prejudicada. Quando enchentes afetam a produção nos EUA, pelo menos uma parte das áreas inundadas costumam ser replantadas, até porque as águas arrastam consigo nutrientes vitais para o crescimento das plantas. A forte alta dos preços dos fertilizantes, contudo, pode inibir parte desse trabalho.

"Nunca vi o milho e a soja em estado tão ruim em Iowa", disse Chip Flory, editor de uma revista americana especializada em grãos, à agência Bloomberg.

Apesar da observação, os preços da soja recuaram um pouco ontem em Chicago, em parte graças a um movimento de realizações de lucros depois dos consideráveis ganhos de terça-feira, também impulsionados pela crise entre ruralistas e governo na Argentina. Os contratos de segunda posição (agosto) fecharam a US$ 15,6100 por bushel, em baixa de 1,75 centavos de dólar (0,11%).

Neste mês de junho, porém, a alta acumulada ainda é de 14,05%, de acordo com o Valor Data. Em 2008, os ganhos chegam a 28,56%. E aumentam para 80,83% em 12 meses e para 157,38% nos últimos dois anos.

Já o boi, que em Chicago vem acompanhando a escalada do milho, uma das principais matérias-primas de suas rações, voltou a subir e alcançou 103,90 centavos de dólar por libra-peso, um novo recorde na bolsa.

O trigo também registrou valorização. Mais descolado dos dois outros grãos, menos afetado pelas chuvas e suscetível à influências como a expectativa de estiagem na Austrália, o cereal para setembro (segunda posição) fechou a US$ 9,22, com ganho de 5,75 cents.

Fonte: Valor Econômico, 19/06/08

 

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