Estiagem despenca em 45% produtividade do milho
22/7/2008 08:33:27



A estiagem que vem atingindo Mato Grosso do Sul nos últimos três meses ainda pode durar mais algumas semanas. Na grande Dourados agricultores começam a se preocupar com as perdas que já compromete 45% da produção do milho. Apesar da forte necessidade, a meteorologia não prevê precipitações relevantes para os próximos 10 dias.

O agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Cláudio Lazarotto, explica que este ano o milho, teve dois grandes impactos negativos. O primeiro foi causado pela geada no dia 17 de junho, enquanto o segundo é o déficit de chuvas que castiga as lavouras desde maio. Ele estima que em todo o Estado as perdas já chegam em 30% enquanto no sul de MS os danos são de até 45%. No ano passado, que não houve a geada e a seca estava amena os prejuízos totalizaram 15%.

Em Dourados o milho tem uma área plantada de 105 mil hectares. Lazarotto explica que sem chuvas os grãos não fecham o ciclo de maturação e perdem peso. "Neste ano a colheita da soja tardia, acabou atrasando o plantio do milho, que só começou a ser feito depois do dia 10 de junho. Além de estar mais sensível a geada o milho enfrenta desta vez problemas para formar os grãos. "Alguns agricultores chegaram a perder 100% da lavoura", conta, observando que além do milho, o trigo que tem 6,5 mil de área plantada, a cana-de-açúcar e as pastagens também estão prejudicadas e influenciam na alta dos alimentos.

De acordo com o produtor rural José Boniatti, o jeito é rezar para que as chuvas cheguem logo. Segundo ele, o prejuízo na lavoura de milho dele chega a 15%. "As secas mais rigorosas este ano do que 2007, estão quebrando o agricultor. Nesta fase final de maturação o milho precisa da chuva para evoluir. Quando isto não acontece é perda na certa", disse.

CLIMA

A previsão de chuva para a próxima quinta-feira, não agrada agricultores. Com volume estimado de 5 milímetros, a água será quase que imperceptível, segundo Jovair Martins. Baseado no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ele conta Dourados já está há 41 dias seme de água de 38 milímetros. Em agosto esta expectativa é de 33.7. A umidade relativa do ar está em torno de 25%, quando normalmente precipitações, já que o último aguaceiro aconteceu no dia 9 de junho, registrando 8.2 milímetros.

Jovair disse ainda que de acordo com uma pesquisa da Embrapa, de 21 anos, Dourados está em déficit negativo há três meses. No mês de maio a precipitação atingiu os 40 milímetros, quando deveria chover 118.4 milímetros.

Em junho choveu 14 milímetros, quando este número deveria ser de 74.6 mm. Em julho, que ainda não choveu deveria registrar um volum registra 60%. A temperatura é de verão, apesar do inverno. Segundo Jovair a mínima é de 14º e a máxima é de 28º graus.

Fonte: Capital News, 21 de julho

 

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