Milho: produtividade e menor custo são desafios para Brasil
2/9/2008 07:15:23



Tornar o milho brasileiro competitivo no mercado internacional, aumentando a produtividade e reduzindo o impacto do aumento dos custos de produção. Esse é o desafio da cadeia do milho para os próximos anos, apresentado pelo presidente-executivo da Abramilho (Associação Nacional dos Produtores de Milho), Odacir Klein, na abertura do 27o Congresso Nacional de Milho e Sorgo, na manhã desta segunda-feira, em Londrina, Paraná.

De acordo com o executivo, o Brasil tem potencial para competir com os principais concorrentes internacionais, como Estados Unidos e Argentina. "Além do enorme potencial para o milho, o Brasil possui ainda vocação natural para produzir alimentos e energia. O país consome 44 milhões de toneladas de milho por ano e produz 58 milhões. É possível aumentar ainda mais esse volume para garantir mais exportações, seja milho in-natura, seja sob a forma de proteína animal", observou.

Klein ressaltou dados recentes do consultor Antônio Sartori, que apontam os baixos índices de produtividade do milho brasileiro: enquanto na Argentina e nos Estados Unidos se colhem, respectivamente, 125 e 162 sacas por hectare, no Brasil a média é de 63 sacas de milho por hectare.

De fato, a demanda pelo produto tem crescido mais do que a oferta, tanto no Brasil quanto no mercado internacional. Segundo a Abramilho, a previsão é que as exportações do agronegócio superem em 2008 em 27% as exportações de 2007, atingindo o patamar dos US$ 74 bilhões, com base em dados da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. "Mas ainda existem obstáculos, como a especulação e políticas que restringem as exportações", alertou Odacir Klein.

Outro ponto que não ajuda o milho brasileiro é a vantagem de cerca de 10 anos que outros países, como a Argentina e os EUA, têm em relação ao uso de biotecnologia. Enquanto o milho americano já utiliza sementes transgênicas desde 1996 e o milho argentino desde 1998, o Brasil só agora está plantando sua primeira safra de milho transgênico. "Apesar disso, o Brasil deve conseguir, em breve, se igualar aos concorrentes, principalmente aumentando a produtividade", conclui.

Produtores precisam ter opção "Ninguém é obrigado a plantar milho transgênico, assim como ninguém é obrigado a plantar apenas milho convencional", ponderou o presidente-executivo da Abramilho. Para ele, o mais importante é haver opção para o produtor. "O poder público tem ferramentas eficazes para regular as variedades biotecnológicas, como a CTNBio. A variedade de opções para o produtor é saudável para o mercado", completou.

Presença regional Odacir Klein ainda ressaltou a importância das afiliadas regionais da Abramilho nos estados e anunciou a intenção da entidade de estimular a criação de novas associações regionais. "Seguindo os modelos bem sucedidos das associações de produtores no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e outros estados no Sudeste e Centro-Oeste, a Abramilho já mobiliza esforços para o estabelecimento de afiliadas no Nordeste para muito em breve", antecipou. Com informações da assessoria de imprensa da Abramilho. (AB)

Fonte: Último Segundo, 1º de setembro

 

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