Exportação de milho do Brasil deve cair pela metade em 2008
10/11/2008 11:18:45



As exportações de milho do Brasil, que atingiram volume recorde próximo a 11 milhões de toneladas em 2007, deverão cair pela metade neste ano, previu nesta quinta-feira o Ministério da Agricultura.

Os técnicos do governo, que estavam relutantes em reduzir a previsão de exportação apesar dos fracos negócios fechados ao longo do ano, estimaram nesta quinta-feira vendas externas para 2008 em 5,2 milhões de toneladas.

"(Até o fim do ano) deve ter mais 500, 600 mil toneladas por mês de exportação", disse um trader de uma multinacional que pediu para não ser identificado.

No acumulado do ano, o Brasil embarcou 4,3 milhões de toneladas, segundo o "line-up" de navios elaborado por uma corretora de São Paulo, e há programação para embarques de mais 600 mil toneladas neste mês até o momento.

Esses embarques previstos para novembro indicam uma ligeira reação das vendas externas neste final de ano, depois que as exportações passaram a maior parte do período num ritmo bem abaixo das previsões feitas no início da temporada, que indicavam negócios superiores a 10 milhões de toneladas.

Na temporada passada, as exportações do Brasil foram favorecidas por uma intensa demanda de europeus, que tiveram de importar mais por causa de uma quebra de safra, e também do Irã, ausente neste ano no mercado brasileiro.

Neste ano, embora parte das vendas tenham sido feitas para países da União Européia, elas estão bem abaixo das do ano passado, quando importadores europeus chegaram a pagar um prêmio de 100 dólares por tonelada pelo milho brasileiro, não-transgênico.

Traders lembram ainda que em 2008 o real valorizado na maior parte do temporada limitou as vendas externas.

Com o milho agora sobrando no mercado interno, após a safra recorde de 58,6 milhões de toneladas deste ano, os preços têm caído seguidamente - de acordo com o indicador Esalq/BM&F, a saca vale hoje 20,92 reais, o menor patamar desde o início de agosto de 2007, com uma queda de quase 40 por cento em relação ao pico de dezembro do ano passado.

O milho mais barato e um dólar mais forte frente ao real neste momento - situação diferente da vivida ao longo de 2008 - melhoraram as condições de mercado para exportação, o que explica um line-up de navios mais robusto em novembro, em relação a meses anteriores.

Com o milho do Brasil barato frente ao dos Estados Unidos, principal exportador global, a demanda poderia ser maior, dizem fontes do mercado, não fosse o momento de crise global.

O produto brasileiro está sendo cotado entre 170-172 dólares/tonelada (FOB), contra 176 dólares do milho dos EUA.

Fonte: Terra, 6 de novembro

 

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