Produtores de milho do MT devem reduzir uso de insumos, avalia Imea
12/11/2008 10:25:21



São Paulo - Depois de registrar neste ano recorde de produtividade no cultivo do milho safrinha, com 77 sacas por hectare, o Mato Grosso se prepara para números bem mais modestos em 2009. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea), ligado à Federação de Agricultura do Estado (Famato), espera uma safrinha de baixa tecnologia, com colheita de no máximo 60 sacas por hectare. Segundo o superintendente do Imea, Seneri Paludo, em outros anos os produtores do Estado já estariam fazendo trocas ou adquirindo os insumos para o plantio do cereal, que começa em janeiro. Mas, sem crédito disponível, está tudo paralisado. "A safrinha é uma incógnita", diz.

A decisão de plantio deve acontecer até dezembro, mas, após realizar um levantamento dos custos de produção da safra, o Imea não vê grandes mudanças no cenário que se desenha. Paludo lembra que nos últimos 60 dias os preços dos fertilizantes têm recuado, mas seguem em patamares elevados. "Alguns subiram 140% em um ano. Recuaram 15% a 30% até agora."

Em 2008, com os preços do milho em alta, o Mato Grosso investiu em tecnologia, desembolsando na lavoura, segundo o Imea, R$ 1.000 a R$ 1.200 por hectare. Para repetir a dose neste ano, o custo seria de R$ 1.400 a R$ 1.500 por hectare. "É uma atitude arriscada, pois a média histórica do Estado é de 63 sacas por hectare. É investir alto para depois não ter rentabilidade", diz Paludo.

Além da falta de crédito para o plantio da safra nova, os produtores do Mato Grosso enfrentam sérias dificuldades para a comercialização da safrinha deste ano. Em 2007, com a forte demanda externa pelo milho brasileiro, o Estado exportou todo o seu excedente de milho. "Em novembro não tínhamos praticamente nada de milho. Hoje temos um estoque físico de 2,3 milhões de toneladas. Até janeiro esse volume precisa sair", diz Paludo sobre a necessidade de abrir espaço para a safra de verão.

Leilão de PEP

O governo tem feito leilões de compra de milho no Estado, para recomposição dos estoques públicos. Também realiza leilões de prêmio de risco, nos quais concede um subsídio ao setor privado para que retire o milho do Mato Grosso e o transfira para centros consumidores do Nordeste, norte de Minas Gerais e Espírito Santo.

Nesta semana, realiza o primeiro leilão de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), por meio do qual subsidia o frete do norte do Mato Grosso para outras regiões, no caso o Nordeste ou mesmo até os portos, onde o produto pode ser exportado.

O valor do prêmio no leilão de PEP para milho do norte do Mato Grosso será de R$ 2,79 a saca de 60 quilos ou R$ 46,50 a tonelada, conforme anunciou hoje a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O leilão será realizado na sexta-feira com oferta de 50 mil toneladas.

O produto deve ter como destino qualquer localidade, exceto as unidades da federação que compõem as regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e os Estados de Rondônia, Pará, Piauí e Maranhão. Para arrematar o prêmio, o comprador precisa pagar ao produtor R$ 11,04 a saca.

Fonte: Agência Estado, 11 de novembro

 

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