Seca prejudica lavouras gaúchas de milho
9/12/2008 07:13:48



A falta de chuva compromete parte das lavouras de milho do noroeste do Rio Grande do Sul. Em muitas plantações as perdas já são irreversíveis.

O Rio Grande do Sul tem uma área total de milho que ultrapassa 1,4 mil hectares. A previsão inicial da Emater é de uma produção de média de milho no Estado superior a 5,4milhões toneladas, 5% a mais que na safra anterior. Mas a falta de chuva já está trazendo prejuízo às lavouras. Um indício de que essa expectativa de crescimento não deve se confirmar.

“A preocupação maior é com o milho que foi plantado um pouco mais cedo, no início de agosto, e está em uma fase de decisão. Ele precisa fecundar e formar o grão. Nesse milho tem perdas maiores e algumas irreversíveis”, explicou o técnico agrícola Jorge Vargas.

O agricultor Evandro Câmera anda pela lavoura com um olhar pessimista. O produtor plantou 55 hectares de milho e, pelo menos, metade da lavoura já foi prejudicada com a falta de chuva. “Não tem mais chance de colher o que foi projetado na época do plantio. Eu projetava em torno de 110 sacas. Se chovesse talvez colhesse em torno de 50, 60 sacas. A gente espera ainda isso”, disse o agricultor.

A saca de milho está sendo comercializada por R$ 18,70, no Rio Grande do Sul.

A seca está castigando também o sertão do Piauí. O trabalho na roça parou e o número de carros-pipas é insuficiente para atender as famílias que vivem no semi-árido.

Monsenhor Hipólito, sertão do Piauí, há seis meses não chove na região. Na zona rural do município, a água chega em carros-pipas. São apenas dois caminhões para abastecer cerca de 600 famílias.

“É uma vida corrida. A gente conta de seis a oito viagens por dia e não dá conta”, disse o pipeiro Rui Sousa.

Sessenta e cinco municípios do Piauí já decretaram situação de emergência. Cerca de 500 mil pessoas estão sofrendo os efeitos da seca. O agricultor Miguel Araújo e dona Maria rezam todos os dias pedindo a volta da chuva. “Rezando e pedindo a Deus toda hora para ver se as coisas melhoram”, disse o agricultor.

Na região do semi-árido piauiense, as atividades na roça estão paradas. Os pequenos agricultores prepararam a terra, mas aguardam a chegada da chuva para iniciar o plantio. Famílias inteiras não trabalham há dois meses.

O agricultor Manoel Oliveira e a mulher prepararam quatro hectares de terra para cultivar feijão, mas ainda não sabem quando começam a plantar. “Se plantar não tem a chuva, como é que fica?”, afirmou o agricultor.

Fonte: Agrolink, 2 de dezembro

 

Últimas Notícias
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (97): Milho: chove chuva, chove sem parar...
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (90): China em prol de uma agricultura mais verde, lição para o Bra
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (89): Etanol de milho com fôlego renovado
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (88): A retomada das exportações de milho no segundo semestre
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (87): Entendendo a lógica do comportamento dos preços e do mercado