13/3/2009 09:45:18

Zero Hora - Sairá do campo parte da ajuda para sustentar a economia gaúcha em tempos de turbulência na economia global. O valor estimado da produção das três principais culturas de verão – arroz, milho e soja – nesta safra superará em 3,2% o da safra passada no Estado, atingindo R$ 12,234 bilhões.

No cálculo do assessor econômico da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz, o grande destaque positivo é o arroz, cuja cotação está 23,44% maior em 2009. No milho, há perda de 12,07% no valor devido à diminuição do uso do cereal para fazer etanol nos Estados Unidos e redução da exportação de aves e suínos, que consomem o grão. Na soja, há estabilidade, uma vez que a alta do dólar compensou a queda da cotação internacional da commodity.

Para a safra de milho, o indicativo é de prejuízo

No entanto, Luz pondera que a alta no valor bruto da produção não significa mais renda ao produtor. Tarcísio Minetto, consultor econômico da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro) exemplifica: o custo de produção da soja, que aumentou 27,39% em relação à safra passada e está em R$ 36,73 por saca (para quem produzir 2,4 mil quilos por hectare), fica bem próximo do atual preço, de R$ 43,68, segundo a Emater.

– É uma margem muito apertada. A rentabilidade é baixa pelo risco da lavoura – afirma Minetto.

Para o milho, o indicativo é de prejuízo. O custo, de R$ 22,39 por saca, está acima do preço atual da saca, de R$ 19,47. As perdas com a seca farão com que muitos produtores colham menos do que a média de 4,8 mil quilos por hectare, base do cálculo de custos de produção da Fecoagro. A produtividade média da lavoura no Estado é estimada pela Emater em 3,3 mil quilos por hectare.

– Mas é bom lembrar que no caso do milho há produtores que colhem até mais de cem sacas (6 toneladas) por hectare. Esses, garantem uma boa renda – analisa o consultor.

No caso do arroz, o custo de produção da saca medido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) foi calculado em R$ 33,07 (para produtividade de 6,8 mil quilos por hectare), acima do atual preço médio de R$ 30,13, a saca, publicado pela Emater.

– A rentabilidade ainda está indefinida. Dependerá dos preços – avalia Maurício Fischer, presidente do Irga.


Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
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