Brasil pode levar vantagem em mercado russo de carne suína
28/4/2009 09:49:27



Sem um acordo sanitário que permita a importação de suínos vivos ou carne dos Estados Unidos e do México, países que confirmaram casos da gripe suína em humanos, o Brasil pode se beneficiar da decisão da Rússia de suspender as importações de cortes de suínos desses dois fornecedores. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, lembra que Brasil e Estados Unidos disputam o mercado russo de carne suína, que é distribuído entre os produtores mundiais por um sistema de cotas.

No ano passado, os americanos venderam cerca de 200 mil toneladas de carne suína para a Rússia, de acordo com a Abipecs. O Brasil vendeu mais: 230 mil toneladas. Para este ano, a expectativa inicial era de redução no volume exportado pelos abatedouros americanos ao mercado russo devido às restrições impostas por Moscou a alguns frigoríficos. "Sem os americanos, que são grandes fornecedores mundiais, o Brasil deve ganhar espaço no mercado de carne suína, especialmente na Rússia", afirmou. A proibição imposta pela Rússia vale também para carne crua de porco da Guatemala, Honduras, República Dominicana, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Nicarágua, Panamá e El Salvador, embarcadas após 21 de abril.

Apesar de vislumbrar incremento do volume exportado, Camargo Neto não descarta a possibilidade de queda momentânea no consumo devido aos temores de contaminação por meio da ingestão de carne Para evitar uma queda acentuada e contínua, ele defende que a população seja informada sobre a doença, o que, segundo ele, já está sendo feito pelo governo brasileiro. "De suíno, a doença só tem o nome. Não há notícia de animais infectados", disse. No sábado, o Ministério da Saúde divulgou nota informando que o consumo de produtos de origem suína não representa risco à saúde das pessoas.

Para o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, a gripe suína é, até o momento, um problema de saúde pública. "Esse é um assunto grave de saúde pública. A grande preocupação neste momento é com a contaminação das pessoas", avaliou.

Camargo Neto lembrou ainda que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla antiga) não divulgou comunicado sobre a doença, o que comprova que o problema não é sanitário. "O fato de só a OMS (Organização Mundial de Saúde) ter se manifestado mostra que o foco é a saúde pública", disse.

Fonte: Porkworld, 27 de abril

 

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