Com estiagem, agricultura do Paraná contabiliza perdas de R$ 4,3 milhões
11/5/2009 08:27:36



Faep prevê ainda redução de 19% na safra 2008/2009

A estiagem deste ano acarretará perdas estimadas em R$ 4,3 milhões à agricultura do Estado, segundo levantamento da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Iniciada em novembro passado, a estiagem, segundo dados da Secretaria da Agricultura, prevê que na presente safra, 2008/09 haverá uma redução de 19% na produção de grãos, caindo para 26,21 milhões de toneladas ante 32,21 milhões de toneladas no ano passado.

“Os recursos que deixarão de circular pela redução da colheita em 6 milhões de toneladas, provocará um efeito multiplicador, enfraquecendo o comércio e a indústria, reduzindo os investimentos, a arrecadação de tributos e destruindo postos de trabalho”, diz o presidente do Sistema Faep, Ágide Meneguette.

Os dados sobre o prejuízo à safra foram encaminhados ontem ao presidente Lula, ministros da Agricultura, Fazenda e Casa Civil, além das bancadas paranaenses na Câmara, no Senado, e à Assembléia Legislativa. Entre as reivindicações dos produtores do Paraná estão a busca de soluções adequadas para as dividas rurais, prorrogação para os prazos de custeio agrícola, mais recursos para as culturas mais afetadas e maiores facilidades para que o produtor obtenha crédito, etc.

Ainda no documento, o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural do governo federal aponta as regras estipuladas pelas seguradoras para acionar o seguro como injustas. Isso por considerar a produtividade média do município calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a qual é muito abaixo da produtividade do produtor. No Paraná, e isso se repete em outros estados, o produtor com perdas entre 30% e 50% de produção não consegue acessar o sinistro do seguro.

Dessa forma, o ressarcimento do seguro privado por conta da seca não vai cobrir os prejuízos de parte da produção e muito menos do pagamento de financiamentos. Para todo o Brasil, estima-se o pagamento de R$ 200 milhões em seguro, mas isso representa apenas 4,6% das perdas (R$ 4,3 bilhões) apenas do Paraná.

A Faep afirma que produtor encontra dificuldades no acesso ao crédito rural. Acumulou dívidas desde 2004 e apesar da Lei 11.775/08, os produtores tiveram pouco ou nenhum acesso às renegociações nos agentes financeiros. Ou seja, o acúmulo das dívidas ainda não foi equacionado.

Trigo — Baseado em levantamentos técnicos, a chuva irregular e de baixa intensidade, causou deficiência hídrica em todas as regiões do estado, havendo municípios nos quais não foi possível ainda começar o plantio do trigo.

Seguramente os produtores rurais não terão recursos para quitar os financiamentos em face do resultado financeiro negativo esperado na comercialização que se avizinha. Além da seca, os itens mais importantes da agropecuária paranaense registram preços cotados abaixo do custo de produção. É o caso do milho, trigo, feijão, aves, suínos, café e leite. No caso da soja, o preço atual apresenta pequena margem.

Mesmo considerando que os preços recebidos da soja ainda estão em um patamar rentável e aplicando uma modelagem simplificada numa propriedade que teve produção normal , o produtor deverá obter um retorno de R$ 123,70 por hectare. Uma propriedade de 50 hectares (média estadual) deverá ter um retorno de R$ 6.185,00 por ano, ou seja, algo como R$ 515,41 por mês, renda inferior ao piso regional do Paraná (entre R$ 605 e R$ 629,65.

Fonte: Bem Paraná, 7 de maio

 

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