Excesso de milho
5/8/2009 10:53:19



Montanhas de milho estocadas a céu aberto. É o que se vê em Mato Grosso. O motivo é que o preço baixo do grão deixou a comercialização da safrinha mais lenta.

A colheita do milho safrinha já chega a 90% em Mato Grosso, mas a comercialização anda devagar. Na fazenda do agricultor Nelson Glucksberg, em Sinop, no norte do Estado, são quatro mil hectares cultivados. Ele contou que vendeu apenas 5% da produção.

“Hoje se fala em oito reais a saca. Então, para que se consiga um preço mínimo do governo federal, de R$ 13,20, precisamos de um prêmio de aproximadamente cinco reais. Isso não vem acontecendo por que a procura é muito grande e a oferta dos prêmios é pequena”, explicou seu Nelson.

O ritmo lento da comercialização causa transtornos na região norte de Mato Grosso. Falta espaço para guardar a produção. Por isso, o milho que sai da lavoura é estocado fora dos armazéns, a céu aberto. Essa é uma prática que pode oferecer riscos.

Em uma empresa da região são 20 mil toneladas de milho. É período de seca em Mato Grosso. Mesmo assim, o gerente Dalton Cagnini contou que na última semana precisou se prevenir. “Tomamos um grande susto. Teve uma chuva e tivemos que tomar uma medida preventiva, cobrindo parte do monte, para tentar evitar o pior”, disse.

Em Lucas do Rio Verde, a 350 quilômetros de Cuiabá, a cena se repete. Há silos lotados e montanhas de milho no pátio dos armazéns. Em frente às empresas formam-se filas de caminhões para descarregar.

Na cooperativa, a situação está chegando ao limite. O gerente Carlos Born contou que o espaço ficou pequeno e ainda tem mais milho para receber.

Além do custo, que deve aumentar na hora de remover o milho, os agricultores estão preocupados que não de tempo e a situação possa comprometer a próxima safra.

“Os números são altos e devem ultrapassar a produção do ano passado. Se não houver remoção rápida, com certeza, trará problema”, disse o agricultor Antônio Galvan.

Para tentar facilitar a comercialização da safra de milho, o governo realizou esta semana um leilão do PEP, Prêmio de Escoamento do Produto.

Oitenta e seis por cento das 500 mil toneladas ofertadas foram arrematadas. O preço mínimo da saca varia de R$ 13,20 a R$ 16,50. Cada comprador do leilão receberá do governo um prêmio que fica entre R$ 2,16 e R$ 5,46 por saca de 60 quilos.

Fonte: Globo Rural, 30 de julho

 

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