Agricultura pede liberação de R$ 2 bi
6/8/2009 13:36:48



O Ministério da Agricultura deve pedir hoje à Fazenda R$ 2 bilhões para dar continuidade ao seu programa de sustentação de preços agrícolas, que está ameaçado de paralisação por falta de recursos. O valor tem como base o orçamento da Agricultura, de R$ 5,2 bilhões para 2009.

Desse total, a pasta já comprometeu R$ 2,9 bilhões em políticas de apoio à comercialização e teria de levantar por conta própria R$ 2,3 bilhões para aquisição de produtos agrícolas.

"Por enquanto, vamos pedir apenas a execução do orçamento", comentou um técnico da Agricultura. A Fazenda, porém, quer fazer uma avaliação detalhada das necessidades do setor antes de se comprometer com valores. A forma usual de a Agricultura fazer caixa é por meio de venda de estoques de produtos. Ocorre que o volume de produtos nas mãos do governo é pequeno.

Além disso, seria contraproducente ampliar a oferta de grãos e demais itens em um momento em que o governo quer enxugar o mercado para aumentar ou manter os preços. "Este ano, o governo está comprador", disse uma fonte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pela realização dos leilões.

Como não há saída dentro do Ministério da Agricultura para levantar os recursos, a avaliação interna é a de que o governo precisa honrar o compromisso com os produtores de que não faltaria dinheiro para o campo. A bancada ruralista promete pressionar para obter os recursos.

"No ano passado, quando o Congresso votou o Orçamento, houve a avaliação de que era preciso ter mais dinheiro para a área rural. Mesmo assim, a proposta feita pelo governo foi acatada", lembrou um parlamentar da bancada ruralista. "Abriu-se mão, na ocasião, porque foi feita a promessa de que se o setor precisasse de mais verba seria socorrido. É o caso agora", continuou.

Os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e do Planejamento, Paulo Bernardo, além do secretário executivo da Fazenda, Nelson Machado, se reunirão hoje para tratar do tema. O encontro ocorre num momento crucial para os produtores, já que grande parte da safra 2008/09 está colhida, com problemas de armazenagem em vários pontos, e os leilões de apoio à comercialização estão suspensos por falta de recursos.

Ontem foi realizada a última operação já agendada, a de milho. O leilão para estimular o escoamento de algodão, previsto para esta semana, está cancelado. "Mas os problemas maiores são o milho e o trigo, cuja colheita começa em meados de agosto", avaliou outro técnico do Ministério.

"Não foi pouca coisa o gasto com subvenção este ano", disse um técnico da Fazenda. "Agora, se o governo terá condições, teremos de ver amanhã (hoje)." A Fazenda não abrirá mão, no entanto, de verificar a proposta da Agricultura detalhada.

Fonte: Último Segundo, 5 de agosto

 

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