Entramos em 12 num fusca, diz Aprosoja sobre safra de milho em MT
28/8/2009 10:00:17



O vice-presidente Leste da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso), Marcos da Rosa, defendeu durante a Bienal dos Negócios da Agricultura, em Cuiabá (MT), a adoção de uma política agrícola que garanta condições de armazenamento ao produtor para que a agricultura não tenha que conviver com o que está acontecendo em Mato Grosso, onde mais de 520 mil toneladas de milho estão a ‘céu aberto’, enfrentando chuva por falta de armazenagem.

“O que acontece no Brasil é que existem pessoas teimosas. Entramos em 12 num fusca em Mato Grosso”, diz Rosa, numa alusão à safra recorde de milho safrinha de 2008/09 do Estado, com mais de 91,5% da área colhida até o último dia 20.

O último relatório do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola), divulgado dia 24 de agosto, apontou para uma produtividade média com o milho safrinha de 4.642 quilos por hectare numa área de 1,687 milhão de hectares, o que levaria a uma produção de 7,139 milhões de toneladas. O Imea, no entanto, vem informando que a produtividade final será maior e que o Estado pode ter produção superior a 8 milhões de toneladas.

“Produzimos muito numa infraestrutura que serve para apenas 30% a 40% da produção e, além disso, estamos trabalhando com preços abaixo do custo de produção. Por mais que os leilões ajudem, não abrangem 100% da produção com os prêmios que aí estão”, diz o vice-presidente da Aprosoja, lembrando que além do fator preço, os produtores enfrentam grande quantidade de perdas do produto depois de colhido.

Escoamento

Rosa estima que da produção total esperada de milho safrinha, cerca de 70% venham a ser comercializados fora do Estado, uma vez que a exportação hoje é “deficiente”. Ele lembra que o Paraná também colheu bem, e isso poderá fazer com que o milho de Mato Grosso fique estocado no Estado, sem que os produtores encontrem uma forma de agilizar a transferência para outros centros consumidores.

“Na verdade, o que está acontecendo com o milho em Mato Grosso é que o Estado produz para toda uma cadeia e quando chega na hora de o produtor ter renda, depois de todo um trabalho social cumprido, que dá números lindos ao PIB brasileiro, não sobra nada no bolso dele”, lamenta o dirigente.

Dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) mostram que o Estado de Mato Grosso é o maior responsável pelos dividendos nacionais advindos das exportações de milho em 2009. O montante recebido pelo Estado nos primeiros sete meses deste ano com exportações de milho foi de US$ 289,5 milhões, o que equivale à metade (50,2%) do recebido pelo Brasil.

O embarque de julho, de milho produzido em Mato Grosso, no entanto, ficou muito aquém da necessidade e também dos resultados dos últimos anos, não só em volume, mas principalmente em valor aos exportadores.

Em julho, o Estado exportou 63.471 toneladas contra 240.494 toneladas de julho de 2008. A receita com exportação ficou em US$ 11,045 milhões, volume bem inferior ao de US$ 56,175 milhões de igual período do ano passado.

Fonte: Só Notícias, 26 de agosto

 

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