Área de plantio da soja terá aumento em Mato Grosso
8/9/2009 11:08:47



A área plantada de soja em Mato Grosso vai aumentar em 2,7% na safra 2009/2010. No ciclo atual, o território ocupado pela oleaginosa foi de 5,704 milhões de hectares e a projeção para o próximo é que totalize 5,859 milhões (ha), uma variação de 155 mil hectares. O plantio começa na segunda quinzena de setembro, após o período do vazio sanitário, que termina no dia 15 do mês que vem. O incremento na área plantada é motivado pela migração de outras culturas para o grão, que neste momento se mostra mais rentável ao agricultor se comparado às outras opções. Não haverá abertura de novas áreas, assim como ocorreu este ano.

A projeção de quanto a soja vai ocupar das terras mato-grossenses é feita pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Conforme os dados, a região que terá maior incremento na área, em percentual, será a Sudeste, que saltará de 1,341 milhão (ha) para 1,420 milhão (ha), alta de 5,8%. Mas, a maior concentração da soja está no Médio Norte, onde o cultivo atingirá 2,380 milhões de hectares, ante aos 2,329 milhões na safra anterior, alta de 2,1%. A única variação negativa será na região Nordeste do Estado, que baixará de 501,7 mil hectares para 483 mil, redução de 3,7% de uma safra para outra.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira da Silva, afirma que o aumento da área do grão está relacionado principalmente às áreas ocupadas na safra anterior pelo algodão e algumas terras de cana-de-açúcar, sendo que esta última deve adicionar ao bolo total entre 10 mil e 12 mil hectares.

Também abocanhará uma parte da área de arroz. "Neste momento, a cultura da soja está sendo mais rentável ao produtor. Isso mesmo considerando que a safra americana da oleaginosa está indo bem", diz ao argumentar que a cotonicultura não está indo bem, já que os preços no mercado internacional estão baixos. A cultura ainda vem de uma retração na área estimada em 28,5% no Estado.

A soja é o que mais ocupa área plantada no Estado. Para se ter uma noção, na safra 2008/2009, ainda conforme dados do Imea, o total de terras ocupadas pela agricultura no Estado (que inclui também, milho, arroz, feijão, algodão, entre outros) foi de 7,782 milhões de hectares, e comparando com o espaço ocupado pela soja (5,704 milhões/ha), esta cultura tem uma participação de 73,2% de todo território estadual. E com tantos hectares, a produção também é a maior entre os grãos.

Na safra atual, foram colhidas 17,406 milhões de toneladas, o que equivale a 66,9% de todo o volume produzido em Mato Grosso, que está estimado em 26 milhões de toneladas. Já na comparação com o ciclo 2007/2008, quando a produção somou 17,661 milhões (t), houve queda de 1,4%. Silva explica que a retração na produção foi motivada pelo menor investimento feito pelos produtores em tecnologia, principalmente fertilizantes.

Com menos adubação, o resultado da safra de soja em Mato Grosso foi de perda de produtividade. Dados do 11º Levantamento de Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado este mês, apontam para um recuo de 2% na quantidade de soja produzida por hectare. Na safra 07/08 foram colhidos 3,145 mil quilos/ha e este ano baixou para 3,082 mil quilos/ha, uma diferença de 63 quilos por hectare de um ano para outro.

Mesmo com a redução na produtividade, na temporada 2008/2009, o Estado teve a maior produção de soja do país, seguido pelo Paraná, com 9,509 milhões de toneladas e pelo Rio Grande do Sul, que colheu 7,912 milhões de toneladas. Só para efeito de comparação, para se ter uma ideia de quanto a produção estadual é volumosa, a quantidade mato-grossense é equivalente à soma das produções dos dois Estados da região Sul. "Mesmo com números tão significativos, o cenário atual é de cautela, já que os produtores vêm de uma safra não tão boa, que apresentou dificuldades com crédito e preços oscilando no mercado futuro".

O presidente pondera ainda que os sojicultores, que são os que plantam milho, estão enfrentando dificuldades na segunda safra deste grão. As principais estão relacionadas ao excesso de produção, que acarretou em falta de local para armazenar o produto, e consequentemente, desvalorização no mercado.

Fonte: Só Notícias, 31 de agosto

 

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