Estoques de milho irão a 5 milhões de t e preço recua
22/9/2009 09:46:27



Quando o mês de setembro terminar, os estoques públicos de milho deverão estar em patamares próximos a 5 milhões de toneladas, e os preços estão quase 25% abaixo dos praticados no mesmo período do ano passado.

O governo prevê gastar, ao longo de 2009, R$ 1,4 bilhão em políticas de apoio à comercialização do grão. Este mês estão sendo destinados R$ 281 milhões a contratos de opção de 926 mil toneladas de milho dos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Roraima.

Na próxima quinta-feira acontece mais um leilão de milho no qual o Mato Grosso vai ofertar, via Prêmio de Escoamento da Produção (PEP), 590 mil toneladas, 20 mil toneladas a mais que na última oferta pública.

O vencimento dos contratos previstos para este mês deverá elevar os números, dos atuais 2,8 milhões de toneladas a 5 milhões.

No ano passado o volume estocado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não chegava a 1 milhão de toneladas.

De acordo com Mateus Rizato, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mesmo com os subsídios do governo há um acúmulo da safra de verão e da safrinha, gerando um excesso de oferta que acabou derrubando os preços. "Como os preços eram muito baixos, os produtores acabaram recuando e não venderam esse milho. O mercado continua muito ofertado, e os preços não sobem", disse Rizato.

Segundo o pesquisador, o preço do milho hoje não remunera o produtor, impulsionando o movimento migratório para outras culturas, em especial a soja. Desde o início do ano, quando atingiram o pico do preço em 2009, no dia 13 de janeiro, os preços recuaram de R$ 24,32 a R$ 18,80 no Indicador Esalq/BM&FBovespa do milho (região de Campinas-SP).

Mesmo com a forte intervenção do governo o preço do milho não reage. Em algumas regiões, como no caso do Mato Grosso, a cotação segue abaixo do mínimo estipulado pela Conab que está tendo de ampliar os prazos de vendas.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o cenário de milho no estado continua sem alterações e a estabilidade de preços inviabiliza os negócios, especialmente os que estão atrelados aos leilões, para os quais é necessário atingir preço mínimo de R$ 13,20 a saca. "Essa situação vem fazendo com que o mercado fique inoperante e com que os vendedores encontrem dificuldade de atingir o preço mínimo indicado pelo governo, resultando em armazéns abarrotados do grão", avaliam os pesquisadores do Imea.

Segundo levantamento do Instituto, em um único mês, municípios como Sorriso e Diamantino, chegaram a acumular baixas de R$ 5 e R$ 4,10 a saca, respectivamente.

O cenário para as exportações, além de um forte recuo nos volumes, indica queda acentuada nos preços. O preço médio recebido pelos exportadores mato-grossenses desde janeiro foi de US$ 158,92, o que revela uma diminuição de 20% ante o mesmo período anterior. Vale ressaltar que essa diferença foi de 16% no mesmo período de 2008, quando a média foi de US$ 228,70, ou seja, US$ 13,70 por saca.

Safra 2009/2010

De acordo com a Secretaria de Agricultura do Paraná, o Estado deve cultivar na próxima safra de verão a menor área de milho desde que o Departamento de Economia Rural (Deral) iniciou o levantamento, na década de 70. As lavouras do cereal devem ocupar 1,01 hectares, área 20% menor que a da safra de verão passada. As principais razões apontadas para o desestímulo são as baixas cotações e a estiagem que afetou a região na última temporada.

Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a última semana não foi muito propícia ao plantio de milho no Rio Grande do Sul, avançando apenas oito pontos percentuais em relação à semana passada e alcançando somente 28% da área prevista para este ano. Em algumas regiões o plantio já alcança a metade do previsto. Na comercialização, os preços seguem deprimidos, e a cotação média para o produtor sofre nova desvalorização, que nesta semana foi de 0,12%.

A saca, quando negociada, ficou em R$ 16,95.

Os estoques públicos de milho deverão estar em patamares próximos a 5 milhões de toneladas ao final deste mês e os preços estão quase 25% abaixo do ano passado.

Fonte: Agronotícias, 21 de setembro

 

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