Estoque recorde em 2009
29/10/2009 11:44:26



Mato Grosso poderá encerrar o ano com estoque de passagem recorde de milho, caso a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não realize novos leilões este ano. Excesso de produtos de uma safra para outra, pressionam preços para baixo e reduzem o entusiasmo dos produtores pela cultura. Especialmente em Mato Grosso, a abundância do milho indica problemas a curto prazo para estocar a soja que começa a ser colhida em grande volume a partir da segunda quinzena de janeiro.

Segundo levantamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), os produtores deverão virar o ano com 1,85 milhão de toneladas de milho, sendo 1 milhão da safra 08/09 e 850 mil toneladas da anterior.

Na última terça-feira, a Conab promoveu mais um leilão do Prêmio Escoamento do Produto (PEP) ao milho - 300 mil toneladas só de Mato Grosso – e a informação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é de que foi o último do ano.

“Se for mesmo o último, vamos fechar 2009 com um estoque bastante elevado”, alertou ontem o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Carlos Fávaro.

Na avaliação do presidente da entidade, Glauber Silveira, a conseqüência mais grave será a falta de espaço para o armazenamento da soja que começa a ser colhida a partir da segunda quinzena de janeiro do próximo ano. “Precisamos vender o que temos ainda disponível nas mãos dos produtores – cerca de 1 milhão de toneladas - para abrirmos espaço para a soja. O governo federal precisa fazer a remoção imediata do que já foi comercializado e deixar o produtor mais tranqüilo para a próxima safra”, frisou.

Na opinião do diretor da Aprosoja, estoque elevado não é bom porque reduz preços e inibe o produtor de plantar diretamente. “Se houver grande excedente, poderá haver recuo da área plantada porque os preços estarão mais baixos. O produtor deve ter cautela e, por mais que faça reserva de sementes, só deve plantar mesmo, após fazer contas e avaliar os estoques”.

Segundo Carlos Fávaro, o preço mínimo atualmente em vigor para o milho (R$ 13,20) cobre os custos, estimados em cerca de R$ 12, e garante uma margem de R$ 1,20 por saca.

“Os leilões são importantes para garantir os preços mínimos e evitar que o produto seja desvalorizado no mercado, sem remunerar os custos e garantir alguma margem ao produtor”.

A Conab informou que este ano foram realizados 19 leilões de milho, totalizando uma oferta de 3,850 milhões de toneladas e volume arrematado de 3,680 mil toneladas.

Os estudos apontam, entretanto, que os preços mercado vigentes no mercado mato-grossense ficam longe de cobrir os custos. O melhor preço está sendo adotado na região de Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá), R$ 10,50/saca, enquanto que a pior cotação está sendo verificada em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), R$ 8.

Fonte: Diário de Cuiabá, 29 de outubro

 

Últimas Notícias
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (97): Milho: chove chuva, chove sem parar...
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (90): China em prol de uma agricultura mais verde, lição para o Bra
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (89): Etanol de milho com fôlego renovado
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (88): A retomada das exportações de milho no segundo semestre
INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (87): Entendendo a lógica do comportamento dos preços e do mercado