21/12/2009 16:19:41
Boa parte dos produtores do Nortão está preocupada com a falta de armazéns vazios para receber a produção de soja da safra 2009/10. Os grãos da oleaginosa devem chegar em fevereiro e março e o temor é que falte espaço, hoje ocupado pelo milho.
Os problemas de armazenagem no estado, que historicamente enfrenta essas dificuldades de infraestrutura e logística, ficaram mais evidentes em 2009 pelo fato de Mato Grosso ter colhido uma safra recorde de 8,5 milhões de toneladas de milho.
O gerente de operações em Mato Grosso da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Charles Córdova Nicolau, disse ao Olhar Direto que o fluxo do transporte do milho acontece de acordo com os leilões da Conab.
“As operações de PEP e Pepro visam o escoamento dos grãos para outras regiões e vai acontecendo conforme os leilões, que referente a atual safra começaram em setembro. A previsão é que até março do ano que vem o processo todo esteja finalizado, com os grãos leiloados entregues em outros estados”.
Charles informou que os últimos leilões da Conab venderam grande volume de milho do Nortão para outras regiões do Brasil. No entanto, só vai ficar sabendo a quantidade de milho que foi retirada depois que os grãos forem descarregados no destino final.
“De Pepro foram 820 mil toneladas do produto e teve mais um leilão nesta semana, de PEP, em que foram negociados 4,2 milhões de toneladas. Esses números indicam o volume que está sendo escoado em cada período, já que quem arrematou tem prazo para transportar o produto”.
O servidor da Conab acredita que o processo de escoamento esteja acontecendo de forma rápida, pois os arrematadores dos leilões só vão receber o prêmio após tirar o milho do Nortão. “O prêmio da Conab só é pago depois que é escoado o milho. Assim, se o comprador já pagou o produtor, teoricamente ele vai acelerar o processo de escoamento para receber o dinheiro do prêmio”.
Em outra ação paralela para esvaziar os armazéns, Charles disse que a Conab está removendo milho do Médio-Norte e do Nortão para outros locais. “A Conab já fez uma remoção de 550 mil toneladas e, agora no dia 4 de janeiro, estamos iniciando uma remoção de mais 300 mil toneladas, que serão levadas para armazéns de Rondonópolis e outra parte para o Estado de Goiás”.
Fonte: Olhar Direto, 17 de dezembro
