Ano difícil
10/2/2010 11:35:18



Este ano, o clima tem favorecido as safras de milho e soja no Brasil e Argentina, que devem ser recordes. Entretanto, o economista da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, alerta que este excesso de oferta deve puxar as cotações dos insumos para baixo. "Acredito em 25% de queda no preço da soja. Já a situação do milho é mais difícil prever", afirmou.

"Os mais pessimistas acreditam que a China já comprou muita soja dos EUA, e quando a safra brasileira estiver disponível, a demanda chinesa vai cair", explica. Entretanto, ele acredita que a demanda chinesa tende a crescer, uma vez que os estoques do gigante asiático, no ano passado, foram baixos, refletindo na maior importação verificada atualmente.

Apesar desta visão mais otimista do economista, ele acredita que a entrada da safra argentina, logo após a brasileira, vai agir diretamente nos preços, gerando a maior queda anual. "Este ano, a rivalidade entre a soja do Brasil e da Argentina estará evidente", pontua.

Milho - No mercado internacional, as cotações de milho devem se manter estáveis, de acordo com o economista da MB Agro. Porém, a situação brasileira é peculiar. Barros explica que o milho do Brasil está mais caro do que no mercado internacional. Por isso, para escoar a produção, é necessário uma intervenção (subsídio) do governo. "Para solucionar este problema, seria necessária uma queda de produção, para diminuir a estocagem, e finalizar o subsídio, com os preços do milho nacional mais competitivos", disse.

Na opinião de Barros, o subsídio deve continuar até o final do ano. Até lá, o governo teria duas saídas. Ou corta a safra e evita a estocagem, ou abre mais mercados para o milho. "Eu não gostaria de ser um funcionário da Conab neste momento".

Fonte: Avicultura e Suinocultura Industrial


Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
Tel.: (31) 3027-1223
gfviana@cnpms.embrapa.br

 

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