Brasil: segundo maior produtor de transgênicos do mundo
24/2/2010 09:51:25



Pela primeira vez, em 2009, o País ultrapassa a Argentina e fica atrás apenas dos EUA no ranking mundial de cultivos GM, em um universo de 25 países produtores.

O Brasil plantou 21,4 milhões de hectares com culturas geneticamente modificadas (GM) ou transgênicas em 2009, um crescimento de 35,4% em relação a 2008 (equivalente a 5,6 milhões de hectares). Trata-se do maior índice de crescimento entre os 25 países produtores de transgênicos, especialmente em razão da rápida adoção do milho GM.

O ótimo desempenho levou o País, pela primeira vez, ao segundo lugar no ranking mundial de transgênicos, ultrapassando a Argentina (21,3 milhões) e ficando atrás apenas dos Estados Unidos (64 milhões).

Área Mundial de Culturas GM em 2009: 5 maiores produtores (milhões de ha)

Posição - País - Área (em milhões de hectares) - Culturas GM

1 - EUA - 64,0 - Soja, milho, algodão, canola, abóbora, papaia, alfafa, beterraba
2 - Brasil - 21,4 - Soja, milho, algodão
3 - Argentina - 21,3 - Soja, milho, algodão
4 - Índia - 8,4 - Algodão
5 - Canadá - 8,2 - Canola, milho, soja, beterraba
Fonte: ISAAA, 2009
Com isso, o Brasil plantou 16% dos 134 milhões de hectares de transgênicos cultivados em 2009 no mundo.

A biotecnologia na agricultura já é adotada nos principais Estados produtores brasileiros, entre eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins.

Os 21,4 milhões de hectares de culturas GM no Brasil correspondem a:

Soja - 16,2 milhões de hectares (71%) *
Milho - 5,0 milhões de hectares (31%) *
Algodão - 0,15 milhão de hectares (16%) *
*Valores aproximados

SOJA

Dos 21,4 milhões de hectares de culturas GM cultivadas no Brasil em 2009, 16,2 milhões de hectares foram plantados com soja tolerante a herbicida, ultrapassando os 14,2 milhões de hectares em 2008. O índice de adoção bateu um recorde de 70,9%, maior que os 65% registrados em 2008, com benefício para 150 mil agricultores.

MILHO

Em 2009, o Brasil plantou 5 milhões de hectares de milho Bt (resistente a insetos) em ambas as safras (verão e inverno).

A área de milho Bt cresceu 3,7 milhões de hectares, o equivalente a aproximadamente 400% sobre 2008, e foi de longe o maior aumento absoluto para qualquer cultura GM em qualquer país em 2009. O índice de adoção do milho foi de 30,5%.

ALGODÃO

Foram cultivados 145 mil hectares de algodão GM em 2009, dos quais 116 mil hectares foram de algodão Bt (resistente a insetos) e 29 mil hectares de algodão tolerante a herbicida.

Cenário da adoção da biotecnologia no mundo

Em 2009, 25 países plantaram 134 milhões de hectares em 2009, o que corresponde a 9 milhões de hectares a mais do que em 2008. Ao todo, 14 milhões de agricultores grandes e pequenos adotaram cultivos transgênicos em suas lavouras.

Os oito principais países no ranking de maiores produtores foram: Estados Unidos (64 milhões ha.), Brasil (21,4 milhões ha.), Argentina (21,3 milhões ha.), Índia (8,4 milhões ha.), Canadá (8,2 milhões ha.), China (3,7 milhões ha.), Paraguai (2,2 milhões ha.) e África do Sul (2,1 milhões ha.). Os países restantes incluem: Uruguai, Bolívia, Filipinas, Austrália, Burquina Fasso, Espanha, México, Chile, Colômbia, Honduras, República Tcheca, Portugal, Romênia, Polônia, Costa Rica, Egito e Eslováquia.

“Conforme previsto nos relatórios anteriores do ISAAA, os países em desenvolvimento continuaram a comandar uma participação crescente nos plantios mundiais, com o Brasil exibindo claramente o seu potencial em se tornar o futuro motor propulsor de crescimento na América Latina”, avalia Clive James, presidente e fundador da ISAAA.

Destaques

Américas

Brasil – O Brasil plantou 21,4 milhões de hectares com culturas GM em 2009, um crescimento de 35,4% em relação a 2008 (equivalente a 5,6 milhões de hectares). O ótimo desempenho levou o País, pela primeira vez, ao segundo lugar no ranking mundial de transgênicos, ultrapassando a Argentina e ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

EUA - Os Estados Unidos se mantêm no topo do ranking mundial com 64 milhões de hectares de culturas transgênicas, sendo que 41% da área total são relativos a cultivos GM com mais de uma característica. Costa Rica - A Costa Rica registrou culturas transgênicas pela primeira vez em 2009, exclusivamente para o mercado de exportação de sementes (soja e algodão);

África

Burkina Fasso - A área de algodão transgênico de Burkina Fasso saltou de 8.500 hectares para 115 mil hectares, ou de 2% a 29% da área de algodão total do país, o maior crescimento percentual registrado; África do Sul – Confirmando o crescimento contínuo na África, a África do Sul registrou significativos 17% de aumento na adoção, chegando a 2,1 milhões de hectares (soja,milho e algodão)

Egito – O país registrou um aumento de 15% na produção de milho Bt, totalizando 1 mil hectares;

Ásia

Índia - O algodão Bt revolucionou a produção de algodão no país com 5,6 milhões de agricultores plantando 8,4 milhões de hectares em 2009, equivalente a uma taxa de adoção recorde de 87%. O benefício econômico acumulado para os plantadores de algodão Bt na Índia, para o período de 2002 a 2008, foi de US$5,1 bilhões;

Japão - O Japão começou a comercialização de uma variedade de rosa azul geneticamente modificada; China – A China plantou em 2009 cerca de 3,7 milhões de hectares de algodão, tomate, álamo, papaia e pimentão. O país aprovou, em novembro de 2009, o arroz Bt e o milho com fitase. As aprovações são inéditas e terão impacto muito positivo, não apenas na alimentação das populações da China e da Ásia, mas em todo o mundo;

Europa

Seis países europeus plantaram 94.750 hectares de culturas transgênicas em 2009, menos do que os sete países e 107.719 hectares em 2008, pois a Alemanha suspendeu o plantio. A Espanha plantou 80% de todo o milho Bt na UE em 2009 e manteve a taxa de adoção recorde de 22% do ano anterior.

Impactos econômicos e ambientais

De acordo com o ISAAA, as avaliações de impacto mundial das culturas GM indicam que, no período de 1996 a 2008, os ganhos econômicos de US$ 51,9 bilhões foram gerados em razão dos custos reduzidos de produção (50%), e dos ganhos de rendimento (50%) de 167 milhões de toneladas. Teriam sido exigidos 62,6 milhões de hectares adicionais para produzir a mesma quantidade, não tivessem sido empregadas as culturas GM.

Durante o mesmo período, de 1996 a 2008, a redução de defensivos foi avaliada em 268 milhões de kg de ingredientes ativos, uma economia de 6,9%. Só em 2008, a redução da emissão de CO2 na atmosfera com as culturas GM é estimada em 14,4 bilhões de kg de CO2, equivalente à remoção de 7 milhões de carros das ruas (Brookes and Barfoot, 2010, a ser publicado).

Sobre o ISAAA

O Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) é uma organização sem fins lucrativos com uma rede internacional de centros de pesquisa voltada para difundir conhecimento e aplicações de plantações GM. O relatório é co-patrocinado pela Fundação Rockefeller, organização filantrópica baseada nos EUA, associada com a Revolução Verde, que salvou mais de um bilhão de vidas na década de 60, e com o Ibercaja, um dos maiores bancos espanhóis com sede na região de crescimento de milho da Espanha.

Sobre o CIB

O Conselho de Informações Sobre Biotecnologia (CIB) é uma organização não-governamental, cujo objetivo básico é divulgar informações técnico-científicas sobre biotecnologia e seus benefícios, aumentando a familiaridade de todos os setores da sociedade com o tema. Para estabelecer-se como fonte segura de informações para jornalistas, pesquisadores, empresas e instituições interessadas em biotecnologia, o CIB dispõe de um grupo de conselheiros formado por mais de 70 especialistas – cientistas e profissionais liberais, em sua maioria – ligados a instituições que estudam as diferentes áreas dessa ciência. Visite o site www.cib.org.br.

Fonte: Perspectiva Brasil


Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
Tel.: (31) 3027-1223
gfviana@cnpms.embrapa.br

 

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