Tecnologia e clima bom a favor de SC
14/4/2010 09:40:47



Santa Catarina terá nesta safra a maior produção de soja, com 1,2 milhão de toneladas, 28% a mais do que no ano passado. Além disso a produtividade de milho também deve bater recorde com 5,9 mil quilos por hectare (quase 100 sacas por hectare).

De acordo com o analista do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, Julio Alberto Rodigheri, a produtividade de milho de SC é a segunda melhor do país, perdendo somente para o Distrito Federal. A safra de milho só não será recorde porque houve uma redução de 11% na área plantada.

Rodigheri afirmou que a boa safra é resultado de aplicação em tecnologia aliado ao clima favorável. Ele destacou que nas culturas irrigadas, como o arroz, há pouca oscilação na produção. Em compensação, nas lavouras de soja e milho, que dependem da frequência de chuva, a oscilação é grande.

Mesmo com os números tão bons, a produção total de grãos no Estado não será a maior da história. A previsão é de 6,3 milhões de toneladas entre arroz, feijão, milho, soja e trigo.

Em 2008, a safra total foi de 6,4 milhões de toneladas devido à grande produção de milho, que foi de 4,1 milhões de toneladas. A explicação é a redução na área de milho, que em lavouras mais tecnificadas chega a 200 sacas por hectare, contra 70 a 80 sacas nas lavouras de soja.

Gastos extras com transporte

A produtividade nas alturas também impôs aos produtores do Estado gastos extras com a armazenamento dos cereais. Nos portos, as filas para os caminhões escoarem a produção desafiam a paciência dos motoristas.

O diretor-executivo da Copercampos, Clebi Renato Dias, afirma que o setor enfrenta dificuldades de escoamento nos portos de São Francisco do Sul e Paranaguá (PR). Em março, a cooperativa pagou sete diárias para 30 motoristas que ficaram uma semana parados no terminal do Norte do Estado.

Segundo Dias, o transporte dos cereais está consumindo neste ano uma parcela maior da renda do agricultor, o que agrava a crise provocada pela queda no preço.

– Além do preço baixo não satisfazer as necessidades, a dificuldade de armazenamento pode deixá-lo ainda menor. As despesas dos fretes são descontadas do valor que é pago ao produtor – reclama.

Para garantir lucro, a saída apontada aos produtores com condições financeiras e de logística é optar pela estocagem do grão e esperar a comercialização após a retomada dos preços, a médio prazo.

Fonte: Diário Catarinense


Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
Tel.: (31) 3027-1223
gfviana@cnpms.embrapa.br

 

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