Preço do milho é o mais alto em 4 anos
26/6/2007 08:37:30



Demanda pela agroenergia e quebra da safra paranaense mantêm cotação do grão em alta

A demanda internacional pela agroenergia aliada à quebra da safra paranaense sustentaram os preços do milho. A média atual de preços está 17% maior do que a registrada no ano passado, segundo levantamento do Instituto AgraFNP, empresa privada de análises do agronegócio. A cotação estadual do grão é a maior desde 2003, quando a média anual ficou em R$ 15,73 a saca de 60 quilos, conforme estatística do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab).

Neste início de safra, a cotação do grão no Estado varia entre R$ 14 e R$ 17,50, o que garante uma média de preços de R$ 15,70. Por enquanto, o Paraná colheu cerca de 12% da área plantada de milho safrinha e já foi constatada perdas de 900 mil toneladas devido à ocorrência de geadas entre o final do mês passado e o início de junho. No entanto, o atual clima seco pode trazer mais prejuízos aos produtores, uma vez que em cerca de 12% da área plantada o milho está em fase de floração e enchimento de grãos.

Problemas nesta fase reduziriam o potencial produtivo da planta, o que poderá rebaixar ainda mais a estimativa de colheita. Até agora, a produtividade média das lavouras colhidas é de 4.117 quilos por hectare, quantidade considerada boa pelo Deral. De acordo com a engenheira agrônoma do órgão Margorete Demarchi, a projeção é que a produtividade estadual varie entre 3,9 mil a 4,3 mil quilos por hectare, número que pode ser rebaixado caso se confirme mais prejuízos por conta do clima seco.

O Deral deve divulgar nesta semana um outro levantamento que irá apontar ou não mais quebra na safra. Estimativas divulgadas na última semana indicam que o Paraná irá colher cerca de 13,7 milhões de toneladas de milho (nas duas safras), que será a segunda maior safra já colhida. A maior colheita foi registrada na safra 2002/03, quando os paranaenses produziram cerca de 14,4 milhões de toneladas. O Paraná é o maior produtor de milho do País, respondendo por 27% da safra nacional.

Mercado - Levantamento do Deral aponta que nos primeiros cinco meses do ano, a média de preços está 25% maior do que a média de todo o ano passado. ''Em 2006 mesmo com quebra na safra o mercado não respondeu e o preço ficou abaixo. Naquele ano foi registrado o pior patamar desde 2002'', diz Margorete. Ela ainda lembra que a cotação atual é considerada boa, apesar dos altos estoques nacionais de milho. Segundo ela, o Porto de Paranaguá já exportou cerca de 35% a mais do grão do que no mesmo período do ano passado.

No entanto, embora o mercado esteja aquecido os produtores são prejudicados pelo câmbio. Conforme relatório divulgado pelo Instituto AgraFNP, os recuos nos preços do trigo, após as fortes altas da semana anterior pesou sobre os contratos futuros do milho. ''Mesmo com os recuos, as previsões de clima seco e quente na faixa leste do cinturão de milho norte-americana acabaram oferecendo suporte aos contratos mais distantes'', comenta o analista Fábio Renato Turquino Barros, do FNP. O relatório afirma ainda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos rebaixou de 77% para 70% o percentual de lavouras em boa ou excelente condição.

Fonte: Folha de Londrina, 26 de junho

 

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