26/11/2007 11:22:25

Compradores estão preocupados com a falta do produto na entressafra, que deve ser prolongada

Quem precisa de milho está se apressando em comprá-lo e quem tem milho para vender está segurando o produto à espera de preços ainda melhores. Com isso, o mercado interno do grão não entrou em crise de abastecimento somente porque o governo federal está realizando leilões de escoamento do produto.

O prognóstico dos analistas de mercado, entretanto, aponta para novas altas do preço do milho na entressafra, o que preocupa os compradores. Eles são unânimes ao afirmar que vários fatores estão contribuindo para fazer da atual entressafra uma das mais apertadas. Entre eles estão o aumento da demanda, interna e externa, e os problemas que os agricultores enfrentaram para o plantio da safra de verão.

A estiagem prolongada obrigou os agricultores a retardar o plantio. O atraso pode ter conseqüências na produtividade e certamente vai prolongar a entressafra. “Não vai haver oferta de milho nos primeiros dias do ano, como ocorre normalmente. Se já se nota uma certa falta do produto no mercado, a situação deve se agravar”, afirma o produtor Dario Luiz Turra, de Cristalina.

O governo brasileiro afirma que não vai faltar milho. O diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento Agrícola e Pecuário do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos, diz que o órgão está atento ao comportamento do mercado e vai atuar para manter o equilíbrio entre oferta e procura. Segundo diz, os estoques público e privados são suficientes para garantir o abastecimento do País até janeiro.

Nas contas do governo, entretanto, não entra o atraso da colheita da safra de verão. O produto que estaria entrando no mercado entre janeiro e fevereiro vai entrar somente entre fevereiro e março. “Isso gera um pouco de incerteza no mercado”, afirma André Debastiani, analista da Agroconsult.

Fonte: "Suplemento do Campo", O Popular, 23 a 29 de novembro