13/02/2013 16:04:14

Brasília – O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller (PP-MT), disse que o governo federal deve anunciar nos próximos dias o lançamento de contratos de opções para aquisição de 2 milhões de toneladas de milho, podendo chegar a 4 milhões de toneladas, dependendo do comportamento do mercado. Os leilões de opções de venda (pelo produtor) serão realizados possivelmente a partir de abril. O objetivo, diz ele, é recompor os baixos estoques oficiais do cereal e incentivar o plantio do milho safrinha, pois haverá garantia adicional de preço para o agricultor.

Segundo Geller, desta vez o governo vai se antecipar ao mercado para não correr risco de repetir os problemas do ano passado, quando houve demora no lançamento dos leilões de opções. O governo apostava na normalização da oferta a partir da colheita da safrinha recorde de milho, mas foi surpreendido com a quebra de mais de 100 milhões de toneladas na safra norte-americana do cereal, o que impulsionou os preços a um nível recorde.

Como deputado federal, Neri Geller acompanhou no início do ano passado as gestões para realização dos leilões de opções, defendida pelos técnicos da Secretaria de Política Agrícola. Ele afirma que se os leilões tivessem sido realizados no começo do ano passado o governo teria conseguido comprar milho por meio do exercício das opções. Mas ressalvou: “A gente não tinha percepção do que iria acontecer no segundo semestre.”

Na opinião do secretário, tanto o Ministério da Fazenda quanto a Casa Civil estão mais sensíveis ao fato de que os leilões de opções não estimulam o aumento de preços. “Pelo contrário, balizam o mercado um pouco para baixo e estimulam a produção”, disse. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff está "focada" na questão da produção, pois a safra brasileira (soja, milho, algodão e cana) sustenta a economia. Geller diz que a desoneração da cesta básica é uma alternativa importante para reduzir o impacto da alta de alimentos na inflação, mas observa que somente o aumento da produção consegue derrubar os preços, que são balizados pelo mercado internacional.

Nordeste O secretário prevê que nos próximos dias o governo deve publicar a portaria interministerial que vai autorizar a compra de 300 mil toneladas de milho a preço de mercado para atender criadores da Região Nordeste. A ideia do governo é realizar leilões para compra do milho ensacado e já posto no destino. O pedido inicial do Ministério da Agricultura era para 500 mil toneladas. Geller diz que os estoques oficiais atuais são baixos, em torno de 250 mil toneladas, “volume suficiente para atender quatro meses de consumo no Nordeste”.

Fonte: Estado de Minas, 12 de fevereiro