Safrinha com melhor resultado
8/9/2008 13:13:39



O produtor esperava mais pelo milho. O preço que recebe hoje está em torno de 20 reais a saca de 60 quilos, inferior ao desta mesma época do ano passado, embora bem superior ao de dois anos atrás. Hoje o que ele comemora é o bom resultado da safrinha que está terminando, em termos de produtividade, que foi a maior dos últimos anos.

Em lavouras da região, o rendimento ficou em torno de 60 a 80 sacas por hectare, contribuindo para isso a soma de dois fatores: a melhor tecnologia adotada na produção, sob estímulo da expectativa de preço, e principalmente as condições climáticas favoráveis. Justamente face ao clima na época do cultivo, a safrinha é sempre uma incerteza quanto à produtividade.

“Já tivemos ano em que a baixa colheita não cobriu o custo de produção”, afirma o produtor Adão Fisher, de Guaíra, que cultiva safrinha há mais de 20 anos. Justamente devido a essa incerteza, vários produtores, como Moacir Vanderlei Bocalon, de Nuporanga, vem dando preferência a substituir o milho pelo sorgo, que é uma cultura mais rústica, menos exigente em água, conseqüentemente de menor risco na segunda safra do ano (que sucede a colheita da soja). Em termos de preço, o milho leva vantagem, geralmente valendo cerca de 25% mais que o sorgo.

No final do ano passado, o preço do milho chegou a quase 30 reais. Agora, em 20 reais, vale menos do que nesta mesma época do ano passado, R$ 22,50. Já em 2006 o preço que o produtor recebia na colheita da safrinha era R$ 12,50, quase o mesmo de 2005. Este aumento de quase 90% em dois anos se deve ao maior espaço aberto no mercado externo, depois que os Estados Unidos optaram pelo uso de seu milho para produção de etanol.

Redução na área plantada

Para 2008/09, segundo levantamento realizado pela consultoria Céleres, a previsão é de que haverá redução de 3,3% na área de plantio na safra de verão, totalizando 9,31 milhões de hectares. O motivo é que os produtores reclamam do alto custo de produção, principalmente devido aos fertilizantes, o que, dizem, neutraliza o aumento no preço do produto. Por isso, no mesmo período, a maioria prefere plantar a soja, que consome metade de adubo em comparação com o milho.

Já para a safrinha de 2009, a Céleres arrisca que a área vai aumentar: 2,9% na região Sudeste, 3% na região Sul e 4,3% no Centro-Oeste. Este aumento é necessário. Em contrapartida à previsão de que o volume de exportações de milho não passará de 10 milhões de toneladas, amplia-se o consumo no mercado interno.

Fonte: A Cidade, 6 de setembro

 

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