Demanda externa por milho segue aquecida
4/2/2009 10:59:46



A demanda total de milho em 2009 deve crescer 4,1%. De acordo com levantamento da Safras&Mercado, essa alta será impulsionada pelas exportações do cereal brasileiro, que podem ficar próximas a oito milhões de toneladas. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que 1,328 milhões dessas toneladas já alcançaram o mercado internacional só em janeiro.

Os embarques de milho no primeiro mês do ano geraram uma receita de US$ 234,4 milhões. A média diária de embarques atingiu US$ 11,2 milhões, desempenho 1,1% inferior ao de US$ 11,3 milhões de dezembro. Em dezembro, a receita com embarques de milho ficou em US$ 248,2 milhões. Já o volume total de milho negociado foi quase duas vezes superior à média diária de registrada em dezembro.

"O milho brasileiro foi vendido a US$ 20 abaixo do milho americano, por isso a redução da receita em relação a dezembro", argumenta o analista de mercado da Safras, Paulo Molinari.

A alimentação animal, que demandou pouco mais de 38 milhões de toneladas de milho no ano passado, não deve exercer pressão sobre a oferta em 2009. A Safras projeta uma variação negativa inferior a 100 mil toneladas no consumo animal, sinalizando estabilidade.

O setor avícola deverá consumir 22,404 milhões de toneladas de milho, volume 2,6% maior na comparação com 2008. A alta será encenada nos alojamentos de pintos de corte, que demandarão 16,358 milhões de toneladas do grão. A cadeia da suinocultura deverá utilizar outras 12,904 milhões de toneladas este ano, 0,5% menos que as 12,972 milhões de toneladas consumidas em 2008.

Ainda de acordo com dados da Safras, a pecuária leiteira irá consumir 2,406 milhões de toneladas, ante as 2,427 milhões demandadas no ano passado. Para a indústria moageira, a demanda esperada é de 4,808 milhões de toneladas, queda de 1,6% frente às 4,888 milhões de toneladas registradas no ano anterior.

A estabilidade mantida pela demanda do setor de alimentação animal à revelia da crise que já afeta as exportações de carne tem explicação. "A suinocultura tem produção definida até agosto, não tem como reverter. Com, ou sem crise, o setor vai consumir praticamente a mesma quantidade de 2008", informa Paulo Molinari. No primeiro mês deste ano, a Secex registrou queda de 6,7% nas receitas geradas pelas vendas externas de frango e recuo de 13,1% na cotação da tonelada da carne de porco.

O analista de mercado informa também que "a estrutura da produção da avicultura foi ampliada em relação ao ano passado", mas o número de cabeças de frango nos alojamentos deve ficar entre 430 milhões e 460 milhões de cabeças por mês. "Se não fosse a crise seriam 500 milhões de cabeças", calcula Molinari. Segundo ele, para haver queda neste tipo de consumo "tem que haver uma situação de estresse ainda maior no setor carne".

Fonte: Agrolink, 4 de fevereiro

 

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