SP quer estocar milho
8/10/2009 09:52:52



A Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) aguarda para esta semana uma resposta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) à sua solicitação para uma linha especial de crédito que possibilite estocar nas propriedades rurais de São Paulo o milho produzido no Centro-oeste, mais especificamente do Mato Grosso.

O Estado registrou uma de suas maiores colheitas de milho da história. Os últimos dados do Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea) apontam, até agosto de 2009, uma produção de 8,507 milhões de toneladas. Em relação ao total da safra passada no Mato Grosso, é um crescimento de 9,7%. Os volumes excedentes de milho têm permanecido a céu aberto, pois não há locais suficientes para sua armazenagem. Com as chuvas fora de época neste ano, os agricultores têm enfrentado o risco de o cereal se estragar pela umidade, além de enfrentar os baixos preços pagos pelo insumo.

“Percebemos que muitas propriedades rurais de São Paulo estão com seus silos ociosos. Nossa ideia é que possamos comprar este milho e armazená-lo em nossas propriedades”, explica Valdomiro Ferreira Junior, presidente da APCS. “Só que queremos uma linha especial, já que estaríamos trazendo um milho de ‘risco’”, afirma. O risco estaria no fato de que não há garantias em relação à qualidade do produto, assim como os volumes adquiridos provavelmente estariam acima das necessidades dos produtores de suínos. “Uma mão ajudaria a outra, neste caso”, completa o presidente da APCS.

A alimentação animal é o item que mais impacta nos custos de produção do suíno. O armazenamento permitiria ao suinocultor ter em mãos o insumo, principalmente para o próximo ano. Hoje o milho está em patamares considerados bons para os suinocultores, mas abaixo dos custos para os agricultores. “O que nos preocupa é que se este milho subir, teremos que elevar também o preço do suíno; mas também estamos preocupados com o produtor de milho, que precisa ter incentivos para produzir na próxima safra”, diz Ferreira Junior.

De acordo com o presidente da Câmara Setorial do Milho do Estado de São Paulo, Roberto Kazuo Yamakado, o preço médio do cereal será maior em 2010 do que o registrado ao longo deste ano. Nas últimas semanas, o preço vem melhorando gradativamente e o governo federal tem incentivado o segmento com programas como o Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). No entanto, a intenção de plantio será menor para a próxima safra, com muitos agricultores provavelmente ampliando suas áreas de soja. “Acredito que teremos um alto estoque de passagem [se refere ao milho] e, com certeza, teremos os preços em um patamar maior no ano que vem”, aponta.

Fonte: Suinocultura Industrial, 7 de outubro

 

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