El niño ajuda safra
14/12/2009 10:20:11



A predominância do fenômeno El Niño até meados de 2010 garante que não vai faltar chuva para esta safra de verão nas regiões Sul, Sudeste e boa parte do Centro-Oeste. A afirmação é de Luiz Renato Lazinski, meteorologista do Inmet, em palestra proferida nesta quinta-feira (10/12), a 96 agrônomos e técnicos da Coodetec que participam de Convenção anual da Cooperativa Central de Pesquisa,em Cascavel.

Segundo o meteorologista, as chuvas até aqui bem distribuídas e em volumes duas até três vezes superiores à média, resultam do aquecimento das temperaturas das águas superficiais do oceano, na região equatorial do Pacífico, que caraterizam o chamado “El Niño”. “O regime de chuvas deve se manter em condições favoráveis, até junho-julho do próximo ano”, observa. Em contrapartida, as regiões Norte e Nordeste (incluindo parte do Norte do Mato Grosso) tendem a enfrentar escassez de precipitações.

Cuidado com doenças

Embora nada indique que o produtor precise orar aos céus em busca de chuvas, Luiz Lazinski lembra que em condições de alta umidade, o agricultor precisa concentrar sua atenção às doenças. “É melhor água demais, que umidade a menos, mas não se pode esquecer que o que é bom para a safra, é ótimo também para as doenças. Nestas condições, o risco de prejuizos provocados pelas doenças na lavoura é muito maior”, alerta.

O meteorologista chama atenção também para o fato de que a partir de agora, a tendência é que não se repitam as ondas de calor de novembro. As temperaturas mais amenas durante o dia com quedas significativas à noite, ajudam o milho, mas podem interferir no desenvolvimento vegetativo da soja. “Mas não é nada que deva alterar drásticamente o desempenho”, diz.

Safrinha

O meteorologista diz que o fantasma da estiagem também não deve assustar a próxima safrinha de milho, já que todos os modelos indicam chuvas em boa quantidade, até junho-julho. Mas em contrapartida, Lazinski alerta para a possibilidade de antecipação do frio. Todos os indicadores apontam para a antecipação do frio, que pode chegar com possibilidade de geadas no Paraná, no final de abril no Centro-Sul do Paraná e em maio, no Oeste do Estado, afirma.

Aquecimento é mito

Lazinski discorda das teorias sobre o aquecimento do planeta e suas conseqüências apocalípticas. “O clima no mundo sempre mudou e vai continuar mudando. A Terra já foi mais quente e já foi mais fria do que é hoje, raciocina, lembrando que há cerca de 500 anos a Groenlândia era uma terra verde. Os vikings, inclusive, fundaram colônias na região. Para ele, é também um equívoco dizer que o efeito estufa é o grande vilão dos problemas climáticos. “Na verdade, o efeito estufa é o mocinho, pois sem ele a temperatura média da Terra ficaria próxima de 33° C, mais que o dobro dos 15° de hoje”, comenta.

Segundo o meteorologista as grandes questões que deveriam centralizar os debates mundiais dizem respeito à preservação dos recursos hídricos, o combate à poluição gerada nos grandes centros urbanos e a fome e desequilíbrios sociais. “Estes são os problemas emergenciais. Discutir e investir em projeções para os próximos 50 anos, esquecendo as prioridades emergenciais é desviar do foco”, observa. As informações são de assessoria de imprensa.

Fonte: Avicultura Industrial, 11 de dezembro

 

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