Brasil discute qualidade da silagem para aumentar a produção de leite
26/11/2010 10:13:18



Para que o Brasil aumente sua produção de leite é preciso investimento em vários setores. Um deles depende quase que exclusivamente do produtor: é a qualidade da silagem. O assunto está em discussão no Simpósio Internacional de Silagem, promovido pela Sociedade Rural de Maringá, no Paraná.

O país produz, em média, 30 milhões de toneladas de silagem por ano. A maioria ainda é de milho. Preocupados com o custo, muitos produtores resistem em investir mais na qualidade desse tipo de alimento para o gado. A cana está se transformando em uma alternativa, mas até o momento responde apenas por um a dois milhões de toneladas da silagem fabricada no país. A melhoria da nutrição reflete diretamente na produtividade do gado, especialmente o leiteiro.

Enquanto nos Estados Unidos uma vaca em lactação produz cerca de oito mil litros de leite por ano, a média brasileira não passa de 1,750 mil litros, no mesmo período. A exceção é a bacia leiteira de Castro, no Paraná, que supera 6 mil litros. Mesmo assim, a qualidade da silagem é um dos pontos fundamentais para se aumentar a produção nacional de leite.

Os Estados Unidos produzem 100 milhões de toneladas de silagem de milho por ano. O especialista brasileiro Renato Schimidt atende a produtores norte-americanos há mais de oito anos e diz que lá também houve resistência para se adotar mais tecnologia na fabricação de silagem. Hoje, se faz o controle do nível de fermentação do produto através da adição de alguns elementos conservantes. A técnica amplia a vida útil da silagem e oferece redução de custos para o produtor. A questão é importante porque os Estados Unidos estão cada vez mais direcionando a produção de milho para o setor combustível, o que tem elevado o preço do grão no mercado.

– Esses aditivos a gente pode dividir em duas classes de microorganismos: a primeira classe são os tradicionais, em que você quer simplesmente produzir mais ácido láctico, que vai abaixar o PH e conservar tudo. O outro aditivo produz um ácido diferente, no caso o ácido acético, que tem no vinagre, e quando você abre o silo, para dar alimento às vacas, ele vai manter a silagem fresca ainda, não vai estragar tão cedo – explica Schimidt.

O Simpósio Internacional de Silagem integra a agenda do segundo Agrocampo, evento técnico organizado pela Sociedade Rural de Maringá (SRM).

– Nós temos palestras tratando de clima, tratando de Código Florestal (se isso vai à votação). Existe toda uma atenção do produtor ao que está acontecendo – afirmou a presidente da SRM, Iraclezia de Araújo.

Fonte: Katia Baggio / Canal Rural


Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
Tel.: (31) 3027-1223
gfviana@cnpms.embrapa.br

 

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