Plantio recorde de soja e milho não deve recompor estoques nos EUA
3/3/2011 16:57:53



Os Estados Unidos irão plantar na próxima temporada a sua maior área de soja e milho da história, mas, ainda assim, o país vai precisar de mais dois anos para reconstruir os seus estoques de grãos e frear o aumento dos preços no mercado internacional. A avaliação foi feita pelo USDA, o departamento norte-americano de agricultura, durante o seu fórum mundial do agronegócio, o Outlook Fórum, na semana passada em Arlington, no estado da Virgínia.

De acordo com as estimativas apresentadas pelo governo norte-americano durante o encontro, os EUA irão semear neste ano recordes 31,5 milhões de hectares de soja e 37,2 milhões de hectares de milho, área que só perde para os 39 milhões de hectares cultivados em 2007/08. Com rendimentos próximos à linha de tendência, o USDA projeta safras de, respectivamente, 91 milhões e 348,7 milhões de toneladas.

Com ligeira redução no consumo de soja e pequeno aumento na demanda pelo milho, ao final da temporada 2011/12, as reservas norte-americanas de soja devem somar 3,35 milhões de toneladas, volume suficiente para apenas duas semanas de consumo, enquanto os estoques de milho recuam a 16,84 milhões de toneladas, o menor nível desde 1996.

APERTADOS – “Embora se diga que a cura para os preços altos são justamente as cotações fortalecidas, mesmo com a oferta maior de grãos prevista para este ano, é muito provável que os estoques continuem apertados e a que esse aperto não seja atenuado em uma ou até duas temporadas. A menos que o clima seja absolutamente perfeito e que os rendimentos fiquem muito acima da média, os estoques de grãos devem ter apenas uma reconstrução modesta em 2011/12”, disse o economista chefe do USDA, Joseph Glauber, durante a plenária de abertura da conferência, na última quinta-feira.

A produção maior, explicou Glauber, é ofuscada por estoques de passagem baixos e, no caso do cereal, o aperto é agravado pelo aumento da demanda para a fabricação de etanol, que neste ano deve consumir 127 milhões de toneladas, quase 40% da safra norte-americana de milho. Para a oleaginosa, o USDA projeta estabilidade no consumo doméstico e leve recuo nas exportações, principalmente devido à “renovada competição com a América do Sul”, segundo o economista-chefe do departamento.

Fonte: News Cocamar


Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
Tel.: (31) 3027-1223
gfviana@cnpms.embrapa.br

 

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